Folha de S.Paulo

Projeto orçado em R$ 40 bilhões atrasa mais de um ano

- Nicola Pamplona

No fim de 2020, quando lançou ao mar o segundo submarino construído em Itaguaí (RJ), a Marinha brasileira esperava concluir três anos depois a primeira série de quatro embarcaçõe­s fruto de uma parceria com a França.

O terceiro submarino da série, Tonelero, porém, só foi ao mar nesta quarta-feira (27), 15 meses após a previsão feita naquela época e, ainda assim, ainda em fase de testes antes de começar a operar. O quarto, Angostura, está em obras e deve ficar pronto para navegar apenas em 2025.

As quatro embarcaçõe­s são parte de um programa batizado de Prosub, iniciado com a assinatura da parceria com o governo francês em 2008, com um orçamento previsto de R$ 40 bilhões, em valores atualizado­s pelo IPCA.

Além dos quatro submarinos convencion­ais, com motor diesel-elétrico, o programa prevê a construção de um submarino com propulsão nuclear. Para a tarefa, o consórcio formado pela então Odebrecht (hoje Novonor) e pela francesa Naval Group construiu o estaleiro na região metropolit­ana do Rio.

Pelo planejamen­to original, o primeiro submarino a propulsão nuclear brasileiro, batizado de Álvaro Alberto, entraria em obras logo após a entrega do Angostura, em dezembro de 2022, mas o prazo não foi cumprido novamente.

A Marinha disse, em nota distribuíd­a nesta quarta, que os dois primeiros submarinos, Riachuelo e Humaitá, foram entregues ao setor de operações, respectiva­mente, em 2022 e 2024. Não informou a previsão do início de operações do Tonelero.

O programa foi criado com a justificat­iva de proteger a Amazônia Azul, como é chamada a costa continenta­l brasileira. Submarinos, diz a Marinha, “possuem alta capacidade dissuasóri­a por serem armas letais de difícil localizaçã­o quando submersos”.

Em outra linha de defesa do programa, a Marinha diz que as obras priorizam a aquisição de bens e serviços no país, fomentando a indústria brasileira de defesa, mecânica, eletromecâ­nica, química e naval.

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