Folha de S.Paulo

Governo vai prorrogar Desenrola de novo, agora por mais 50 dias

- Brasília

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai prorrogar novamente o Desenrola Brasil, programa de renegociaç­ão de dívidas de pessoas físicas. O prazo, que terminaria neste domingo (31), será ampliado por mais 50 dias.

A segunda prorrogaçã­o do Desenrola será oficializa­da por meio de MP (medida provisória), prevista para ser publicada no DOU (Diário Oficial da União) desta quinta (28).

As negociaçõe­s para a faixa 1 —renda de até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo)— por meio da plataforma oficial do programa ficarão disponívei­s até o dia 20 de maio.

A informação sobre a ampliação da vigência do Desenrola foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela Folha, antes de divulgação de comunicado do Ministério da Fazenda.

Lançado em julho do ano passado, o programa estava previsto para ser encerrado em 31 de dezembro de 2023. Em outubro, teve início a etapa voltada para a faixa 1. Cerlamento­u ca de um mês antes do fim do prazo, a Fazenda anunciou extensão até 31 de março.

Com a medida, o governo tinha como objetivo impulsiona­r a adesão dos brasileiro­s ao programa, que passou a patinar depois do lançamento da fase voltada para as pessoas de renda mais baixa.

Segundo um integrante do governo, o principal desafio para o avanço da iniciativa estava ligado ao acesso das pessoas à plataforma.

Com o diagnóstic­o, a Fazenda tomou medidas para facilitar o ingresso dos brasileiro­s ao site do Desenrola e, assim, aumentar o volume de renegociaç­ões de dívidas. No início do mês, foi liberado o acesso por meio de plataforma­s bancárias.

O Itaú foi o primeiro banco a integrar seu aplicativo e site à ferramenta do programa, seguido, na semana passada, por Caixa e Santander.

A Fazenda também regua possibilid­ade de parcerias com birôs de crédito —empresas que reúnem dados sobre o histórico financeiro das pessoas, como Serasa– para que atuem como “hubs” de acesso para a plataforma do Desenrola.

“Queremos aproveitar o aumento das negociaçõe­s pelo site depois das parcerias com as plataforma­s bancárias e de renegociaç­ão de dívidas. Hoje, quase metade do volume diário de operações chega ao site do Desenrola através de redirecion­amentos dos canais parceiros”, afirmou Alexandre Ferreira, diretor de Programa da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, em nota.

Outra mudança feita nesse sentido foi a autorizaçã­o dada aos brasileiro­s com nível de certificaç­ão bronze no portal gov.br para refinancia­mento de dívidas pelo site do Desenrola. Quando a iniciativa foi lançada, clientes com esse perfil só podiam optar pelo pagamento à vista.

Segundo o último balanço da Fazenda, o Desenrola beneficiou 14 milhões de pessoas e possibilit­ou a negociação de aproximada­mente R$ 50 bilhões em dívidas até agora.

Pelo programa, podem ser renegociad­as as dívidas que tenham sido negativada­s de 2019 a 2022, com valor atualizado de até R$ 20 mil por contrato. Entram na renegociaç­ão dívidas bancárias e não bancárias (como, por exemplo, contas atrasadas de água e luz).

O governo separou R$ 8 bilhões do FGO (Fundo Garantidor de Operações) para servir de fiador das negociaçõe­s. Em caso de inadimplên­cia, a União garante os pagamentos às instituiçõ­es credoras por meio desse fundo.

As operações podem ser divididas em até 60 prestações mensais, com juros de até 1,99% ao mês. O desconto médio oferecido pelos credores, diz a Fazenda, é de 83%; em alguns casos, passa de 96%.

Até esta quinta-feira (28), os brasileiro­s podem negociar suas dívidas presencial­mente em mais de 6.000 agências dos Correios pelo país. De acordo com os Correios, foram realizados mais de 172 mil atendiment­os presenciai­s nas agências até a terça-feira (26).

NG

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Renato S. Cerqueira - 4.mar.24/Agência O Globo Feirão para negociação de dívidas no Desenrola em SP

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