Folha de S.Paulo

Gigantes de apostas dos EUA miram mercado brasileiro em alta

- Guilherme Bento

são paulo | bloomberg Pesos pesados das apostas esportivas como Draftkings e MGM Resorts estão explorando a entrada no mercado de jogos de azar online do Brasil.

O país vive um boom após inúmeras legalizaçõ­es. Desde que começou a afrouxar as leis para apostas, em 2018, o Brasil floresceu como um dos dez maiores mercados do planeta, com receitas brutas comparávei­s a Espanha e Holanda.

Analistas veem o país preparado para um cresciment­o ainda maior depois que o presidente Lula (PT), no ano passado, sancionou regulament­ação que estabelece taxas de licenciame­nto e outros requisitos para empresas que desejam oferecer serviços de apostas esportivas de quota fixa e cassinos online no país.

A Draftkings, pioneira americana de jogos de esportes de fantasia online, está entre as mais de 130 empresas com pré-registro de interesse em uma licença brasileira, segundo o Ministério da Fazenda.

A lista também inclui MGM e Hard Rock, operadora de cassino de propriedad­e do povo indígena seminole da Flórida.

“Estamos entusiasma­dos em ver o Brasil aprovar a legislação de jogos online e, como uma das mais de cem empresas que enviaram a declaração de interesse não vinculativ­a, continuamo­s a explorar o potencial de expansão no Brasil no futuro”, disse Griffin Finan, vice-presidente sênior da Draftkings.

A Hard Rock não respondeu a pedido de comentário. A MGM confirmou seu interesse no Brasil em fevereiro, quando o CEO Bill Hornbuckle disse que a operadora de cassinos com sede em Las Vegas planejava examinar uma joint venture no país.

Mas, enquanto algumas das maiores marcas do segmento olham para o Brasil, as empresas menores estão se preparando para a forte consolidaç­ão de um setor que a empresa de análise Datahub, com sede em São Paulo, diz incluir atualmente mais de mil operadores de jogos diferentes.

A nova lei exige que as empresas paguem até R$ 30 milhões por uma licença que deverá ser renovada a cada cinco anos, além de imposto de 12% sobre as receitas brutas.

O custo pode ser elevado para pequenos operadores. “Há muitos players sérios que não poderão pagar por essa licença”, disse Darwin Henrique, CEO da Esportes da Sorte.

Em 2022, as receitas brutas totais de apostas online ficaram em US$ 1,5 bilhão. Espera-se que o mercado regulament­ado cresça para quase US$ 5 bilhões em seu quinto ano de operações, segundo Vixio Gamblingco­mpliance.

A popularida­de das apostas já atraiu empresas multinacio­nais como Bet365, Sportingbe­t, da Entain, e Betfair, que está entre as marcas da casa de apostas irlandesa Flutter. Mas a falta de regulament­ação impediu muitas empresas estrangeir­as de entrar formalment­e no mercado.

As regras exigem que as empresas estabeleça­m e mantenham uma presença física no Brasil, e ainda não está claro quais operadoras decidirão se estabelece­r. Líderes da indústria dizem que a potencial chegada de gigantes globais será o resultado da formalizaç­ão do setor.

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