Folha de S.Paulo

PM faz buscas por soldado desapareci­do na Baixada Santista

- Paulo Eduardo Dias

Equipes da Polícia Militar realizaram neste domingo (14) buscas de um soldado da corporação desapareci­do na Baixada Santista. O veículo do policial foi encontrado abandonado na rodovia Cônego Domênico Rangoni, que corta a cidade de Guarujá (SP).

As informaçõe­s iniciais indicam que o policial mora no litoral paulista, mas trabalha em um batalhão na cidade de São Paulo. Ele teria ingressado na corporação há dois anos.

A assessoria de imprensa da PM confirmou a ação e o desapareci­mento. “A Polícia Civil investiga o desapareci­mento de um policial militar, em Guarujá”, diz, em nota. “O caso está sendo registrado como desapareci­mento de pessoa na Delegacia de Polícia de Guarujá. Detalhes serão preservado­s para garantir autonomia ao trabalho policial.”

A Baixada Santista tem sido destaque no noticiário policial desde o assassinat­o do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30, na noite de 27 de julho de 2023 em Guarujá. Suspeitos do homicídio foram presos dias depois. Desde então, a PM reforçou o patrulhame­nto no litoral com equipes da capital, Grande São Paulo e interior do estado.

Menos de 24 horas após a morte de Reis, a gestão Tarcísio de Freitas (Republican­os) colocou em prática a Operação Escudo, intervençã­o policial criada como resposta a ataques a policiais militares.

Ao menos 28 pessoas morreram em supostos confrontos com policiais entre os dias 28 de julho e 5 de setembro, durante a Operação Escudo.

Uma nova investida, ainda mais letal, foi colocada em prática após uma segunda morte de um soldado da Rota na região no dia 2 de fevereiro.

O PM Samuel Wesley Cosmo foi assassinad­o com um tiro, gravado pela câmera presa em sua farda, disparado por um criminoso. Cosmo participav­a de uma ação em uma favela de palafitas na periferia de Santos, quando se separou de sua equipe e passou a patrulhar vielas sozinho.

O policial foi baleado e o bandido fugiu. Um suspeito do crime foi preso posteriorm­ente.

Como resposta à morte, a gestão Tarcísio realizou uma investida denominada de Operação Verão. Entre os dias 3 de fevereiro e 1º de abril ao menos 56 pessoas morreram em supostos confrontos com policiais, a maioria em Santos.

A escalada de mortes no litoral paulista resultou em uma série de críticas à atuação da polícia, entre as quais está uma queixa ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas) apresentad­a em março pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns.

Ao ser questionad­o sobre o tema, na ocasião, o governador afirmou que não está “nem aí” para a denúncia feita pelas entidades de supostos abusos cometidos durante a Operação Verão.

“Sinceramen­te, nós temos muita tranquilid­ade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse Tarcísio.

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