Folha de S.Paulo

Jardim Paulista e Moema são os únicos distritos da capital paulista sem epidemia de dengue

- Patrícia Pasquini

Jardim Paulista e Moema são os únicos bairros da cidade de São Paulo que ainda não apresentam epidemia local de dengue. É o que aponta o boletim epidemioló­gico de arbovirose­s divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde na manhã desta segunda-feira (22).

Por outro lado, as incidência­s da doença em Jardim Paulista (252,6) e Moema (258,4) são as maiores desde 2015, quando a secretaria começou a divulgar os dados dos distritos nos boletins.

O chamado coeficient­e de incidência calcula o número de casos a cada cem mil habitantes. Acima de 300, é considerad­o como epidêmico.

Há uma semana, cinco distritos não estavam em epidemia: além dos dois citados, Vila Mariana e Saúde, na região sudeste, e República, no centro.

De acordo com a OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde, considera-se epidemia quando o coeficient­e de incidência ultrapassa a casa de 300 casos por 100 mil habitantes.

Segundo a Covisa (Coordenado­ria de Vigilância em Saúde), não há um fator determinan­te para as diferenças de ocorrência de dengue entre os distritos da capital. Diversos fatores podem contribuir como clima, caracterís­tica demográfic­a, dinâmica e densidade populacion­al.

Em relação aos distritos de Jardim Paulista e Moema, a caracterís­tica da disposição dos imóveis e densidade populacion­al podem explicar a menor transmissã­o.

O distrito de Jaguara (9651,1), na zona oeste, ainda tem a maior incidência de dengue na capital paulista. Em seguida, estão São Miguel (5.518,6), na leste, São Domingos (4.125,6), na norte, Itaquera (4.011,6), na região leste, Jaçanã (3.577,4) e Perus

(3.040,6), na zona norte. Na capital paulista, o coeficient­e está em 1.507,8.

De janeiro a 17 de abril, a cidade de São Paulo totalizou 181.020 casos de dengue. No mesmo período do ano passado houve 6.639 infecções —2.626,6% maior.

Em 2015, quando o país enfrentou uma epidemia de dengue, a capital paulista encerrou o ano com 103.186 casos. Com número de casos 75,4% maior, 2024 já pode ser considerad­o o pior ano da série histórica.

Até o momento, 67 pessoas morreram em decorrênci­a da doença na cidade de São Paulo —alta de 168% se comparado a 2015, quando o número de óbitos chegou a 25. Em uma semana, o município registrou 18 mortes. Outras 200 estão em investigaç­ão.

A capital também registrou 785 casos suspeitos de chikunguny­a, de 1º de janeiro a 17 de abril. Destes, 19 são autóctones, ou seja, contraídos no município. Eles ocorreram em janeiro (5), fevereiro (8) e março (6).

Dos casos, três foram confirmado­s na Cachoeirin­ha, dois na Freguesia do Ó e um na Vila Medeiros, na zona norte; um em Cangaíba, na região sudeste; 11 em Cidade Dutra e um em Grajaú, na zona sul.

67 pessoas morreram na capital por dengue este ano 103.186 foram os casos da doença contabiliz­ados no ano inteiro de 2015 em SP 181.020 são os casos de dengue na cidade de São Paulo entre janeiro e 17 de abril de 2024

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