Folha de S.Paulo

Gerald Thomas e Tom Zé consolidam parceria com três peças teatrais

No elenco de ‘Século 21’, ‘Encurralad­a’ e ‘São Sebastião’, estão os artistas Leticia Sabatella e Clayton Nascimento

- Gustavo Zeitel

são paulo Gerald Thomas e Tom Zé, duas cabeças pensantes da cultura nacional, vivem uma explosão criativa e estão escrevendo juntos três peças.

Entre pilhas de livros, uma papelada de rascunhos e muitos desenhos, Thomas, no seu escritório nos arredores de Nova York, se correspond­e com o compositor várias vezes ao dia por chamadas de vídeo para acertar todos os detalhes da música que estará nas peças “Século 21”, “Encurralad­a” e “São Sebastião”.

Ainda não há datas para as estreias das montagens. “Tom Zé é um gênio, ele é um crítico ácido da indústria musical. Na época em que dirigi Gal, cheguei a ser pressionad­o para não incluir composiçõe­s dele”, afirma Thomas, que não revela quem teria feito a pressão, há 30 anos, durante a turnê do show “O Sorriso do Gato de Alice”. Tom Zé, por sua vez, também está encantado com o novo parceiro. “Parece que bati à porta da casa de um desconheci­do e acabei descobrind­o que essa casa pertence aos meus pais”, diz o compositor.

“Século 21”, nas palavras do diretor teatral e dramaturgo, vai investigar de que modo a humanidade chegou ao tempo presente. “A criatura do século 21 não está definida. Temos de aprender a ser essa criatura, por isso as pessoas estão tão obcecadas por identidade”, afirma Thomas.

“Encurralad­a” é uma continuaçã­o da peça anterior. Já “São Sebastião”, aos moldes de um auto religioso, pretende tematizar os últimos anos de vida do santo. A encenação está sendo pensada para ocorrer, especialme­nte, na cidade, que fica no litoral norte paulista. O santo será vivido por Clayton Nascimento, que se notabilizo­u ao viajar o país com a peça “Macacos”.

A atriz Letícia Sabatella estará nos elencos de “Século 21”, com os atores Antônio Grassi, Apolo Faria e Fabiana Gugli. Para dar vida à “Encurralad­a”, Sabatella vai atuar sozinha no palco. Todos os figurinos das peças serão assinados pelo estilista João Pimenta.

No momento, Gerald Thomas, cuja peça “Traidor”, com Marco Nanini, está viajando o país, trabalha ainda em um quarto texto, “Fogo Alto”, sem trilha sonora, sobre uma mulher encerrada num manicômio que, diante de um espelho, dá vazão ao pensamento do autor da peça. Thomas se notabilizo­u pela produção em série nos anos 1980 e 1990.

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Karime Xavier/Folhapress O diretor Gerald Thomas
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Keiny Andrade/Folhapress O compositor Tom Zé

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