Shell afirma que vai manter previsão de investimento no país
Cronogramas serão mantidos mesmo com queda do preço do petróleo no mercado internacional, diz empresa
ANDRÉ ARAÚJO
presidente da Shell Brasil
Empresa é sócia da Petrobras em Libra, primeira área do pré-sal licitada sob o regime de partilha da produção
“
Temos mantido todas as decisões estratégicas para início dos projetos, não alteramos nenhuma data-chave
O presidente da Shell Brasil, André Araújo, disse que a empresa mantém o cronograma de investimentos em áreas de exploração e produção de petróleo no país, apesar da queda das cotações internacionais.
No primeiro trimestre do ano que vem, a companhia pretende dar início à produção da terceira fase do projeto Parque das Conchas, que consiste em uma série de campos de petróleo no litoral do Espírito Santo.
“Na área de exploração e produção, todos os nossos planos são para 20 ou 30 anos. Temos mantido todas as decisões estratégicas para início dos projetos, não alteramos nenhuma data-chave.”
A Shell é sócia da Petrobras na área de Libra, a primeira do pré-sal licitada sob o regime de partilha da produção.
O preço do barril de petróleo, que era cotado no mercado internacional por cerca de US$ 100 até setembro do ano passado, agora ronda a casa dos US$ 40, afetando o investimento global de diversas petroleiras, que têm anunciado redução nos gastos.
Neste ano, a empresa anunciou fusão com a concorrente britânica BG, argumentando interesse em ampliar sua presença no país.
De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a Shell é a sex- ta maior produtora de petróleo no Brasil.
Em setembro, a companhia anglo-holandesa obteve uma média de 39,3 mil barris de petróleo e 449 mil barris de gás natural por dia em suas operações brasileiras.
A terceira fase do Parque das Conchas prevê a produção de até 30 mil barris de petróleo por dia, com a instalação de novos equipamentos. A Shell opera o projeto com 65% de participação e tem como parceiras Qatar Petroleum e a indiana ONGC.
O projeto está sendo reavaliado pela ANP porque há um pedaço da jazida que se estende para fora da área de concessão e, portanto, pertence à União.
Nesses casos, os concessionários precisam negociar com a estatal Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) um acordo de individualização da produção, que define qual o volume de petróleo ficará com cada parte interessada.
De acordo com Araújo, o acordo já foi fechado e depende agora do aval da agência. Ele espera que a questão seja resolvida antes do início da produção na área.