GOVERNO SITIADO Lula vê família violentada por ‘grampos ilegais’ da PF
Em carta horas após posse no ministério, petista fez novo ataque à Lava Jato
Justiça Federal do Rio suspendia, até a noite de ontem, a nomeação do ex-presidente como ministro da Casa Civil
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA derrubada, foi tomada pelo juiz da 4ª Vara Federal Itagiba Catta Preta Neto, de Brasília, que entendeu que há suspeita de cometimento do crime de responsabilidade por parte de Dilma.
Em sua página pessoal no Facebook, que foi apagada após ter concedido a decisão liminar, o juiz compartilhava conteúdo do movimento Vem Pra Rua, um dos principais defensores da saída da petista, e aparecia em fotografias participando de manifestações contra o governo federal e com adesivo no peito da campanha eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
“Votei nele nas últimas eleições”, relata o juiz, que afirma já ter votado também em Marina, Dilma e Lula em outras ocasiões. Ele tem dois filhos filiados ao PSDB, mas afirmou não ter ligação com o partido dos tucanos.
“Estive nos protestos e compartilho da indignação das pessoas que estiveram naqueles protestos. Não tenho nada a esconder. Meu posicionamento cidadão não me impede de julgar com total imparcialidade.”
Enquanto a decisão judicial estiver em vigor, Lula não pode tomar nenhuma decisão como ministro. A transferência de cargo, na terça (22), fica também suspensa.
DE SÃO PAULO
O advogado do ex-presidente Lula Roberto Teixeira recebeu ameaças depois que o número de seu celular foi divulgado na quebra de sigilo do inquérito que contém escutas do petista.
Desde a noite de quarta (16), quando o juiz Sergio Moro abriu o conteúdo de ligações de Lula, assim como o número de telefone de envolvidos, Teixeira recebeu imagens de armas de fogo, mensagens de texto e telefonemas com xingamentos e ameaças.
O site do escritório Teixeira, Martins & Advogados foi invadido por hackers. “Um grande salve pro Roberto Teixeira, defensor dos ladrões”, dizia a mensagem que ficou na página.
“O juiz Moro fez tábula rasa da inviolabilidade da comunicação entre advogado e cliente. Tornar pública essa relação em um ambiente de intolerância gerado pela Operação Lava Jato não poderia resultar em nada diferente do que estamos vendo. Nos meus 46 anos de advocacia poucas vezes vivenciei tanta arbitrariedade”, disse o defensor de Lula à Folha .
Teixeira e seu sócio, Cristiano Martins, protocolaram junto à OAB de São Paulo e do Rio requerimentos pedindo medidas para resguardar as prerrogativas dos advogados.
Moro autorizou também as gravações das ligações do número fixo do Teixeira, Martins & Advogados, o que culminou, segundo a defesa de Lula, no monitoramento de 25 profissionais da equipe.
Não tive acesso a grandes estudos formais. Não sou doutor, letrado, jurisconsulto. Mas sei, como todo ser humano, distinguir o certo do errado; o justo do injusto