Folha de S.Paulo

‘Até o príncipe está sujeito à lei’, afirma Moro

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Moro afirmou que essa questão não tem maior relevância porque, segundo ele, entre sua ordem e a captação do grampo, as operadoras ainda não haviam sido notificada­s para interrompe­r a escuta. Para Moro, “havia justa causa e autorizaçã­o legal para a intercepta­ção”.

No despacho, Moro pinçou o caso do presidente dos EUA Richard Nixon, forçado a renunciar em 1974 em meio a processo de impeachmen­t por suspeita de tentar obstruir a Justiça na investigaç­ão do escândalo Watergate.

“Nem mesmo o supremo mandatário da República tem um privilégio absoluto no resguardo de suas comunicaçõ­es, aqui colhidas apenas fortuitame­nte, podendo ser citado o conhecido precedente da Suprema Corte norteameri­cana em US v. Nixon, 1974, ainda um exemplo a ser seguido”, escreveu Moro.

Durante esta quinta, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recebeu três representa­ções para apurar os atos do juiz na 24ª fase da Lava Jato. Caso aceitas, podem levar até mesmo à demissão de Moro.

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