Para defesa, só cogita comprar quem não é dono
Investigadores da Lava Jato encontraram durante ações de busca e apreensão, no último dia 4, uma minuta de escritura de compra do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ex-primeira-dama Marisa Letícia.
O vendedor seria Fernando Bittar, sócio de um dos filhos de Lula e proprietário formal do sítio até hoje, junto com Jonas Suassuna.
O documento foi encontrado em buscas no apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP). Na minuta de contrato, elaborada em 2012, o preço que seria pago a Bittar é estipulado em R$ 800 mil. O documento, de seis páginas, não está assinado e estabelece o pagamento em parcelas de R$ 200 mil.
A informação foi antecipada no site da revista “Veja”.
O documento está em um dos autos da investigação que tiveram o sigilo levantado pelo juiz Sergio Moro depois que Lula foi nomeado para a pasta da Casa Civil e ganhou foro privilegiado.
Como as investigações não foram encerradas, não há nos autos nenhuma conclusão dos policiais federais sobre essa documentação.
O sítio teve benfeitorias bancadas pelas construtoras Odebrecht e OAS e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, segundo as investigações. Na busca, também foi achada no apartamento de Lula uma série de recibos de materiais de
DE SÃO PAULO
A defesa do ex-presidente Lula e o Instituto Lula afirmaram que a minuta de compra mostra que o petista não é o dono do sítio em Atibaia.
“[O documento] permite concluir que Lula cogitou construção comprados para a reforma do imóvel, em 2011.
Nessas notas, consta como “cliente” o arquiteto Igenes Irigaray Neto, que prestava serviços para Bumlai, amigo de Lula hoje preso pela Lava Jato, naquela época.
Foram encontrados em São Bernardo também outros papéis relacionados ao sítio. Um deles é uma planta de um projeto para a propriedade. Outro documento lista aparentes itens que seriam construídos no imóvel, como sauna e campo de futebol. (FELIPE BÄCHTOLD) comprar o sítio Santa Bárbara dos seus reais proprietários, Fernando Bittar e Jonas Suassuna. Só compra algo quem não é o dono”, disse o advogado de Lula Cristiano Zanin Martins.
Lula vem afirmando nos últimos meses, desde que o sítio passou a ser investigado na Lava Jato, que não é o dono. À PF falou que só ficou sabendo do sítio em janeiro de 2011 e que pretende continuar frequentando o imóvel.