Carta de Obama marca volta de correio entre os dois países
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Uma cubana de 76 anos já escreveu várias cartas ao presidente Barack Obama —e fez até um convite para que o americano fosse à sua casa, em Havana.
Agora, ela se diz emocionada: vai receber uma resposta de Obama, em uma das primeiras correspondências enviadas diretamente dos Estados Unidos para Cuba em mais de meio século.
Em 18 de fevereiro, Ileana Yarza escreveu ao presidente afirmando que “não há muitos cubanos tão ávidos quanto eu para encontrá-lo em pessoa”. Em sua carta de resposta, Obama afirma que, “com esperança, terei tempo para tomar um café cubano”.
O americano chegará à ilha, no domingo (20), para uma aguardada visita oficial.
Na carta recebida por Obama e divulgada pela Casa Branca, Yarza diz que a visita é um passo necessário, “o segundo melhor depois do reconhecimento de que o cruel embargo de meio século a essa pequena ilha, tão amada, paciente e resiliente, não funcionou”. “Nós cubanos acreditamos que se trata de uma página negra na história e na geopolítica dos EUA. Me desculpe por dizer isso”, disse.
Na carta, a cubana disse já ter escrito outras vezes para o americano, apresentandose e convidando o presidente para “tomar uma xícara de café cubano” em sua casa.
Yarza estende o convite à “maravilhosa e encantadora” primeira-dama, Michelle, e faz elogios a Obama —“o presidente charmoso cujo sorriso aberto ganha corações”.
A resposta do presidente voou para Cuba na terça (15) e é uma das primeiras cartas a cruzar para o país desde a Revolução Cubana de 1959. A correspondência ainda não foi entregue, mas a Casa Branca já divulgou seu conteúdo.
Nela, o americano agradece pelas palavras gentis e deseja que a missiva—assinada por Obama— “sirva como uma lembrança de um novo caminho na relação entre as nossas nações”. “Eu estou ansioso para visitar Havana para incentivar essa relação [entre os dois países] e colocar em evidência nossos valores em comum.”
Yarza se disse “encantada” com o presidente americano e todo seu “cavalheirismo”.