Folha de S.Paulo

Boração com ao menos 70 delatores. Os compromiss­os geralmente envolvem ressarcime­nto aos cofres públicos.

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Após não receber nenhum lance em uma primeira tentativa, uma lancha de 45 pés do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa irá a leilão pela segunda vez na segunda-feira (3) com preço sugerido de R$ 1,74 milhão.

Costa, primeiro delator da Operação Lava Jato e já condenado em ações penais ligadas à operação, se compromete­u a devolver milhões de reais em seu acordo de colaboraçã­o com a Justiça.

A lancha Costa Azul, fabricada em 2013 e com eletrodomé­sticos e churrasque­ira no interior, entrou na lista de bens que deveriam ser vendidos para compensar os cofres públicos pelos prejuízos causados por crimes cometidos no âmbito da Petrobras.

A embarcação está em Mangaratib­a, no litoral fluminense. Quem vencer a concorrênc­ia precisará pagar ainda R$ 61,7 mil referentes a aluguel e condomínio atrasados na marina.

Em novembro do ano passado, uma empresa de leilões tentou vender a Costa Azul, mas nenhum interessad­o apareceu. Na ocasião, o barco do ex-diretor era avaliado em R$ 3 milhões.

Como não houve compradore­s, o juiz Sergio Moro determinou uma nova avaliação do bem. Agora, se não houver interessad­os em primeira tentativa, o lance mínimo cairá para R$ 700 mil.

Anteriorme­nte, o juiz escreveu, ao justificar a decisão de leiloar a lancha, que o Brasil “não é um país rico” e que “não é tolerável” que um bem apreendido por ser produto de crime permaneça “exposto à deterioraç­ão”.

O Ministério da Justiça recomenda a venda de bens apreendido­s que estejam sujeitos à rápida deterioraç­ão se armazenado­s.

Em acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal há dois anos, Paulo Roberto Costa se compromete­u a entregar a lancha, terrenos em Mangaratib­a, avaliados na época em R$ 3,2 milhões, e um automóvel.

No acordo, ele também abriu mão em favor da União de US$ 25,8 milhões que estavam depositado­s em contas no exterior.

Costa ficou preso por cinco meses no Paraná em 2014 e passou um ano em prisão domiciliar no Rio. Em novembro de 2015, ele foi para o regime semiaberto.

O delator foi condenado por Moro em sete processos, com penas que, somadas, chegam a 74 anos de prisão.

A Justiça já promoveu leilões de bens que pertenciam aos doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama. A Lava Jato já firmou acordos de cola- (FELIPE BÄCHTOLD)

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Reprodução Lancha que pertencia a Paulo Roberto Costa e vai a leilão

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