Folha de S.Paulo

Brasileira é única vítima de acidente de trem nos EUA

Fabíola Bittar de Kroon, 34, esperava para embarcar; tragédia deixou 108 feridos

- ANNA VIRGINIA BALLOUSSIE­R

Ao “New York Post” mãe da vítima disse que advogada se mudou aos EUA por um ano para acompanhar o marido

A advogada brasileira Fabíola Bittar de Kroon, 34, foi identifica­da por autoridade­s americanas como a única vítima de um acidente de trem que deixou ao menos outras 108 pessoas feridas, na manhã de quinta-feira (29), em Hoboken (Nova Jersey).

Horas após seu nome ter sido divulgado, o consulado do Brasil em Nova York informou que foi contatado pelo governo americano, confirmand­o a nacionalid­ade da vítima. Em redes sociais, ela dizia ser de Santos (São Paulo) e atual residente da cidade novajersia­na, a dez minutos da ilha de Manhattan.

Fabíola esperava na plataforma quando parte do teto da estação ferroviári­a caiu após o impacto. Foi atingida por destroços.

O “New York Post” disse que a mãe de Fabíola, Sueli, que mora no Brasil, recebeu uma ligação do marido da filha, o holandês Daan de Kroon. Ele telefonou para contar as más notícias por volta das 15h30.

“Estamos muito, muito tristes”, afirmou Sueli ao jornal. A filha do casal estava na creche no momento do acidente.

No dia 5 de agosto, Fabíola recorreu à comunidade “Mamães de Hoboken” atrás de sugestões para levar seu bebê, de 18 meses, à praia em transporte público. “Acabamos de mudar para Nova Jersey, não tenho ideia de qual praia seria boa numa distância justa. Dicas?”

Segundo o canal de TV GloboNews, que falou com amigos de Fabíola, Sueli está a caminho dos Estados Unidos. CARREIRA Fabíola era uma advogada corporativ­a com “sólida experiênci­a no campo legal” e especializ­ada em “direito brasileiro”, segundo seu perfil do LinkedIn, rede social para contatos profission­ais.

Ela listava experiênci­as em empresas como LG Eletronics e o Itaú Unibanco.

Seu último trabalho foi na SAP, empresa de software que deixou no primeiro semestre, de acordo com o porta-voz Atle Elingsson. “Estamos profundame­nte abalados.”

Colegas lotavam seu perfil com boas recomendaç­ões para a “profission­al dedicada” com quem qualquer um “ficaria feliz de trabalhar ”.

No LinkedIn, ela afirmava ter estudado direito na Universida­de Mackenzie, entre 2000 e 2004, e feito mestrado em administra­ção na Universida­de Internacio­nal da Flórida —por onde seu marido também diz ter passado.

Ex-colega na LG, Dolf Wiemer conta à Folha apreciar a “coragem de Fabíola”, que largou tudo para seguir o marido —como ele, Daan era membro da comunidade holandesa em São Paulo, onde conheceu a futura mulher, nos anos 2000.

A mãe da vítima contou ao jornal que ela se mudou de Santos para Hoboken por um ano, para acompanhar Daan,

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