‘1976’ revive invasão da torcida corintiana ao Maracanã
A estreia de “1976 - O Ano da Invasão Corinthiana” é boa notícia em um país cuja devoção ao futebol é inversamente proporcional à oferta de documentários sobre momentos notáveis do mais popular esporte brasileiro.
A última década até traz sinais de mudança, com filmes como “Soberano - Seis Vezes São Paulo” (2010) e “12 de Junho de 1993 - O Dia da Paixão Palmeirense” (2014). Mas ainda é muito pouco diante da coleção de histórias de 121 anos do futebol brasileiro.
Um dos episódios mais fascinantes dessa odisseia ocorreu quase 40 anos atrás. No dia 5 de dezembro de 1976, na semifinal do Brasileiro cerca de 70 mil corintianos foram ao Maracanã para a partida do time contra o Fluminense.
Com 146 mil pagantes, o estádio lotado dividiu-se ao meio, para a perplexidade dos torcedores cariocas.
Um mérito do filme é dar à “invasão” o contexto apropriado. Não se conhece na história do esporte brasileiro deslocamento dessa dimensão, o que só pode ser compreendido pela dramaticidade da vida corintiana nos anos anteriores.
O filme lembra o acidente que matou o lateral Lidu e o ponta Eduardo em 1969, os resultados decepcionantes na primeira metade dos anos 70 e a queda diante do Palmeiras na final do Paulista de 1974, que levou à saída de Rivellino para o Fluminense.
Em 1976, eram 22 anos sem títulos relevantes.
Esse cuidado com o preâmbulo é valioso, mas o documentário cresce, sobretudo, ao exibir imagens raras ou inéditas da partida e dos dias que a antecederam.
São quatro décadas atrás, mas o filme tem o efeito de nos levar a um tempo que parece mais distante, tantas foram as mudanças no modo de acompanhar o futebol.
A rodovia Dutra aparece congestionada, com Kombis,