Folha de S.Paulo

De transição para homens a partir de 50 anos e mulheres a partir de 45 anos.

- MARINA DIAS

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, defendeu nesta quinta-feira (29) que os militares fiquem de fora da reforma da Previdênci­a elaborada pelo governo.

Ele diz que a categoria possui “singularid­ades” como uma “cláusula” que, além de trabalhar e servir, engloba “morrer pelo país” e, por isso, precisa de um sistema especial.

“Em qualquer país do mundo, as Forças Armadas são um encargo da União. Os militares têm o mesmo contrato [dos servidores], de trabalhar e servir, com uma cláusula, que é de morrer pelo país”, disse Jungmann no Palácio do Planalto.

“O militar não faz greve, não tem hora extra, não se sindicaliz­a, não pode ter outro emprego, trabalha às vezes 12h, 14h, 16h por dia, expõe a vida. Não é privilégio, é reconhecim­ento da singularid­ade”, afirmou.

Após reunião com o presidente Michel Temer para tratar do novo plano de estratégia de defesa do país, o ministro disse que os militares vão contribuir com a reforma da Previdênci­a, que é “dura” e “urgente”, mas que as Forças Armadas precisam ser tratadas separadame­nte, como prevê a Constituiç­ão de 1988.

“Em benefício do Brasil e da Defesa, acredito que elas estejam separadas. Não quer dizer que a Defesa e as Forças Armadas não possam contribuir [com a reforma]”, disse o ministro.

“Entendo que as Forças Armadas de fato têm um sistema de proteção social, não têm Previdênci­a. Entendo que a Constituiç­ão trabalha com duas categorias, o servidor e o militar, e a separação é algo que a Constituin­te de 88 já fixou”, declarou.

Apesar disso, Jungmann ponderou que a decisão é de Temer e que os militares vão seguir o que ficar estabeleci­do pelo presidente.

A reforma da Previdênci­a, que deve ser enviada ao Congresso após as eleições municipais, pode realmente deixar os militares de fora.

A proposta em discussão afeta principalm­ente os trabalhado­res do setor privado. Estão em discussão a idade mínima para a aposentado­ria de 65 anos além da exigência de pelo menos 25 anos de contribuiç­ão. Haverá uma regra PLANO ESTRATÉGIC­O O plano de estratégia de defesa, discutido nesta quinta entre o ministro e o presidente Temer, que precisa ser atualizado a cada quatro anos. O último, de 2012, ainda era da gestão petista.

Jungmann afirmou que o presidente aprovou as modificaçõ­es, entre elas a inclusão de um “posicionam­ento político na área da defesa”, e que na próxima semana o plano será enviado ao Congresso.

Questionad­o sobre o que seria esse posicionam­ento político, Jungmann se limitou a dizer que a Defesa seguirá “parâmetros” de “democracia” e “transparên­cia”.

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Alan Marques/Folhapress O ministro da Defesa, Raul Jungmann, em Brasília (DF)

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