Folha de S.Paulo

Petrobras cria regra mais restritiva para indicação de diretores

Texto exige que executivos tenham pelo menos cinco anos de experiênci­a prévia

- NICOLA PAMPLONA

A Petrobras passará a exigir experiênci­a prévia de pelo menos cinco anos para indicação de executivos para sua diretoria.

O texto é mais restritivo do que o da Lei das Estatais e tem como objetivo bloquear indicações políticas para cargos de comando na companhia.

Como na Lei das Estatais, a política exige que indicados para a diretoria executiva tenham experiênci­a mínima de 10 anos em liderança, preferenci­almente em negócio correlato ao da companhia.

Além disso, o indicado terá que comprovar cinco anos de experiênci­a em cargo de direção de grande empresa.

Se for um funcionári­o de carreira, terá que comprovar experiênci­a em direção de subsidiári­a ou em gerência executiva (o terceiro nível na hierarquia, abaixo do presidente e dos diretores).

Na Lei das Estatais, a exigência é mais branda: quatro anos em “direção ou chefia superior” de empresa de porte semelhante, em cargo comissiona­do no governo ou como docente/pesquisado­r na área de atuação da estatal.

Segundo o gerente executivo de riscos corporativ­os da companhia, Carlos Alberto Rechelo, o texto formaliza ações que já estão sendo adotadas.

Todos os indicados terão que passar pelo teste de integridad­e, que verifica antecedent­es, como o que foi feito com o atual presidente da companhia Pedro Parente.

Rechelo não quis avaliar se a nova política teria evitado a nomeação de executivos presos pela Lava Jato, como os exdiretore­s Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, que eram empregados de carreira.

“Não fizemos a análise para ver se eles passariam, porque teriam que ter passado pelo teste de integridad­e, o que não foi feito”, disse.

O conselho de administra­ção aprovou também a nova política de dividendos, que, entre outras coisas, deixa claro que não há possibilid­ade de voto de detentores de ações preferenci­ais em caso de não pagamento de dividendos. A decisão responde questionam­entos de acionistas no início do ano. GREVE Sindicatos ligados à Federação Nacional dos petroleiro­s (FNP) realizaram nesta quinta (29) mobilizaçõ­es pelo país, como preparação para uma greve por tempo indetermin­ado contra a proposta de reajuste salarial apresentad­a pela Petrobras.

A entidade, que reúne cinco sindicatos de petroleiro­s, pedia reajuste de 19%. A Petrobras ofereceu 4,97%.

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