Petrobras cria regra mais restritiva para indicação de diretores
Texto exige que executivos tenham pelo menos cinco anos de experiência prévia
A Petrobras passará a exigir experiência prévia de pelo menos cinco anos para indicação de executivos para sua diretoria.
O texto é mais restritivo do que o da Lei das Estatais e tem como objetivo bloquear indicações políticas para cargos de comando na companhia.
Como na Lei das Estatais, a política exige que indicados para a diretoria executiva tenham experiência mínima de 10 anos em liderança, preferencialmente em negócio correlato ao da companhia.
Além disso, o indicado terá que comprovar cinco anos de experiência em cargo de direção de grande empresa.
Se for um funcionário de carreira, terá que comprovar experiência em direção de subsidiária ou em gerência executiva (o terceiro nível na hierarquia, abaixo do presidente e dos diretores).
Na Lei das Estatais, a exigência é mais branda: quatro anos em “direção ou chefia superior” de empresa de porte semelhante, em cargo comissionado no governo ou como docente/pesquisador na área de atuação da estatal.
Segundo o gerente executivo de riscos corporativos da companhia, Carlos Alberto Rechelo, o texto formaliza ações que já estão sendo adotadas.
Todos os indicados terão que passar pelo teste de integridade, que verifica antecedentes, como o que foi feito com o atual presidente da companhia Pedro Parente.
Rechelo não quis avaliar se a nova política teria evitado a nomeação de executivos presos pela Lava Jato, como os exdiretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, que eram empregados de carreira.
“Não fizemos a análise para ver se eles passariam, porque teriam que ter passado pelo teste de integridade, o que não foi feito”, disse.
O conselho de administração aprovou também a nova política de dividendos, que, entre outras coisas, deixa claro que não há possibilidade de voto de detentores de ações preferenciais em caso de não pagamento de dividendos. A decisão responde questionamentos de acionistas no início do ano. GREVE Sindicatos ligados à Federação Nacional dos petroleiros (FNP) realizaram nesta quinta (29) mobilizações pelo país, como preparação para uma greve por tempo indeterminado contra a proposta de reajuste salarial apresentada pela Petrobras.
A entidade, que reúne cinco sindicatos de petroleiros, pedia reajuste de 19%. A Petrobras ofereceu 4,97%.