Folha de S.Paulo

Polícia não vê questão eleitoral em morte em GO

- RUBENS VALENTE

A investigaç­ão do atentado que matou José Gomes (PTB), candidato a prefeito de Itumbiara (GO), descartam a hipótese de “questões eleitorais” no crime. A informação é do coronel Adalberto Quixabeira, da Polícia Militar de Goiás. A hipótese mais forte é motivação pessoal, mas as circunstân­cias não estão claras.

Na quarta (28), o servidor municipal Gilberto Ferreira do Amaral, 53, atirou em uma camionete que transporta­va Gomes e seus apoiadores em uma carreata. O candidato, favorito às eleições, morreu com um tiro.

Um segurança do evento, o policial militar Vanilson Rodrigues, revidou e foi morto por Amaral, que foi cercado por oficiais e morreu quando tentava deixar o local. Também foi baleado o vice-governador José Eliton, que acumula o cargo de secretário estadual de segurança.

Na noite de quinta (29), a polícia contou à Folha partes da investigaç­ão. Amaral foi visto com uma arma de fogo nos dias anteriores ao crime. Ontem, apreendera­m 80 quilos de maconha na casa de um de seus filhos, que está sendo procurado. Não se sabe se há ligação entre a droga, Amaral e o crime.

O deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de impeachmen­t de Dilma Rousseff na Câmara, estava na carreata e diz que foi “um crime político”. “A Polícia Federal tem de prender os culpados. Quem foram os autores intelectua­is disso? Derrotasse ele na urna, era tão fácil”.

A coligação tinha 24 horas para indicar um substituto. Escolheram José Antonio (PTB), 27, deputado estadual e afilhado político de Gomes. Antonio disse não conseguir identifica­r causas para o crime. “É claro que [Amaral] não era aliado. Mas eu não posso afirmar isso [motivação política]”, afirmou.

Principal adversário de Gomes, Álvaro Guimarães (PR) manifestou-se no horário eleitoral na noite de quinta (28). “O mais profundo repúdio e indignação pelo atentado nefasto e inescrupul­oso”, lamentou em seu programa.

Também na TV, Jovair Arantes apareceu ao lado de Antonio para anunciálo na disputa.

“A violência a gente vence com ideias, é com o sonho que pode prosperar através da materializ­ação das urnas. Vai aparecer [na urna] a foto do Zé Gomes, mas você estará votando em Zé Antonio”, disse o parlamenta­r.

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