Atividade fraca reduz arrecadação da Receita Federal em janeiro
DE BRASÍLIA
A atividade econômica ainda fraca neste início de ano derrubou a arrecadação de tributos administrados pela Receita Federal em janeiro. As receitas sob responsabilidade do fisco caíram 0,75% no mês passado na comparação com o mesmo período de 2016, descontada a inflação.
A queda só não foi maior em razão do pagamento maior de tributos pelo setor financeiro, com um aumento de R$ 1,8 bilhão (ou 20%) em relação a janeiro de 2016
Quando contabilizada a arrecadação de outros órgãos federais além da Receita, as receitas do governo registram aumento real (descontado o efeito da inflação) de 0,79%.
Essas outras receitas, que incluem royalties das participações da União em reservas naturais, subiram de R$ 3,2 bilhões em janeiro de 2016 para R$ 5,4 bilhões no mês passado, alta de 61%.
A variação expressiva se explica pelo petróleo, que estava em baixa em 2016.
Indicadores como a produção industrial e a venda de bens e serviços —fatores que impactam na arrecadação— apresentaram piora em janeiro na comparação com mesmo período do ano passado, destacou a Receita.
“O desemprego continua piorando, e isso se reflete sobre os tributos, sobre a folha de pagamento e também sobre o consumo”, disse Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita.
As receitas com PIS/Cofins, que tradicionalmente acompanham o comportamento do consumo, tiveram queda de 5,7% na comparação com janeiro de 2016.
A arrecadação de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a de Imposto de Importação recuou 13%. A receita previdenciária teve queda real de 2,36%.
No acumulado em 12 meses, a arrecadação segue tendência de melhora e avançou de uma queda real de 3% em dezembro para uma retração de 2,2% em janeiro.