Folha de S.Paulo

Seis meses após Jogos, governo não sabe quanto gastou em segurança

Ministério da Justiça diz estar contabiliz­ando valor despendido com a Força Nacional

- CAMILA MATTOSO SÉRGIO RANGEL

RIO-2016 DO RIO

A GL Events desistiu de participar da negociação para administra­r o Maracanã. Na justificat­iva, o grupo francês alega que os documentos exigidos pela Odebrecht não davam segurança jurídica para a operação da empresa.

O grupo disputava com a Lagardère, outra empresa francesa, a compra do Consórcio Maracanã, formado por Odebrecht (95%) e AEG (5%) para gerir a arena pelos próximos 35 anos.

A GL diz ainda ter interesse no estádio, mas não no formato oferecido atualmente. A Odebrecht pretendia anunciar nos próximos dias o vencedor. A Lagardère fica próxima de fechar o negócio.

A empresa deverá pagar cerca de R$ 60 milhões à Odebrecht, além de repassar R$ 5,5 milhões por ano para o governo do Estado do Rio.

O Consórcio Maracanã venceu licitação em 2013, mas desistiu de operar o estádio. Nos três anos à frente da arena, acumulou prejuízo de mais de R$ 170 milhões.

Palco da final da Copa do Mundo e das cerimônias de abertura e encerramen­to dos Jogos Olímpicos, o Maracanã foi reformado em 2013 por R$ 1,2 bilhão. A obra foi feita pela Odebrecht e Andrade Gutierrez e entrou na Lava Jato.

Executivos da empreiteir­a afirmaram a procurador­es que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral cobrou propina pela obra.

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