Grupos protestam em SP contra congelamento de verbas
Cerca de 300 pessoas marcharam no centro da cidade contra contingenciamento de 43,5% do Orçamento municipal para a Cultura
Coletivos artísticos da cidade protestaram, na tarde desta quarta (22), contra o congelamento de 43,5% do Orçamento municipal destinado à Secretaria de Cultura.
Convocada pela Cooperativa Paulista de Teatro, a manifestação marchou do Teatro Municipal até a frente da sede da prefeitura, no centro.
A Polícia Militar estimou o número de manifestantes em cerca de 300 pessoas.
Com a forte chuva, o protesto, marcado para as 16h, acabou atrasando.
Os manifestantes correram para se abrigar a um lado do hall de entrada do Municipal, o que resultou em um momento de tensão com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), que fora convocada para proteger o edifício.
Enquanto as pessoas que protestavam entoavam palavras de ordem, a GCM pedia que elas deixassem o prédio —embora a princípio elas tenham se recusado, a situação se dissolveu sem confronto.
O diretor artístico do Theatro Municipal, Cleber Papa, chegou a conversar com os manifestantes e disse que seu desejo era que nenhum confronto acontecesse.
“A tropa está aqui para proteger o patrimônio”, disse ele, quando questionado pelos manifestantes sobre a presença da guarda civil.
“Todos nós fomos afetados por um modelo que não queremos. Com relação às verbas, tenho certeza de que é do interesse do governo resolver essa questão”, afirmou Papa.
Os coletivos em protesto se nomearam Frente Única pelo Descongelamento. “Queremos o descongelamento total das verbas. Nosso foco não é o secretário [da Cultura,] André Sturm, mas o prefeito [João Doria]”, disse Rudifran Pompeu, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro. “Está tudo parado, todos os projetos [culturais] estão parados.”
O congelamento integra proposta da prefeitura de contingenciar, em todas as pastas, 25% das verbas para as chamadas atividades de custeio, e 100% das verbas para bancar projetos.
Com isso, contudo, programas como os de fomento ao teatro, ao circo e à dança foram interrompidos.
Segundo André Sturm afirmou à Folha no começo de fevereiro, eles acabaram indo parar sob a rubrica de “projetos” na hora em que o Orçamento foi votado na Câmara dos Vereadores. Ele afirmou ainda que a situação estava sendo resolvida e nenhum fomento seria zerado. SEM LEGENDA Excepcionalmente hoje a coluna não será publicada