“Quando perguntavam para ele [Villa-Lobos] por que não revisava suas obras, ele
dizia que o tempo que levaria para fazer a revisão de uma seria certamente suficiente para compor pelo menos outras cinco”, diz Antonio Carlos.
Restaurar a obra de um compositor desse calibre não é um feito qualquer. E não se livra de polêmica, ainda mais após a morte de seu criador.
“Foi uma espécie de comunicação post-mortem”, brinca Karabtchevsky. “Mexer em qualquer nota seria uma profanação, porém, todos os grandes compositores passaram por processos de revisão. É uma coisa normal que se examine, o que estamos prestando é um grande serviço à música brasileira”, afirma.
“A importância desse registro, acompanhado de partituras revistas e corrigidas, não pode ser minimizada. É um verdadeiro legado dessa geração de músicos e musicólogos, assim como do maestro Karabtchevsky, predestinado intérprete dessas obras”, afirma o diretor artístico da Osesp.
Tanto Nestrovski quanto Karabtchevsky questionam se seria possível, “num momento tão conturbado”, em que corpos artísticos são dizimados e orquestras como a própria Osesp perdem significativas quantias de seus orçamentos, fazer um planejamento dessa magnitude.
“Villa-Lobos teria encarado com muito otimismo”, afirma o maestro. QUANDO quinta (23) e sexta (24), às 19h30 ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3367-9500 QUANTO R$ 15