Folha de S.Paulo

Tentativa de fazer filme divertido sobre batalhas alienígena­s vai para o espaço

- MARINA GALEANO

FOLHA

Desenterra­ram o ET de Varginha. Mas não só isso. Também lhe deram sotaque caipira, um par de botas, calça de caubói, chapéu e o chupa-cabra como bicho de estimação.

Essa mistura estranha de Indiana Jones com Woody, de “Toy Story”, é um bom termômetro do universo sem pé nem cabeça trazido pela animação brasileira “BugiGangue no Espaço”.

A ideia era fazer um filme divertido sobre uma turma de amigos que precisa livrar o mundo de alienígena­s mal-intenciona­dos. Ficou só na ideia.

Depois de esbarrarem com criaturas verdes e atrapalhad­as que caíram por acidente na Terra, Gustavinho, sua irmã, Fefa, e mais um punhado de crianças embarcam numa arriscada missão para salvar o Sistema Solar do maquiavéli­co Gana Golber.

Minhoca de aquário com a voz metálica do Darth Vader, o vilão é apenas uma das inúmeras referência­s que se amontoam na tela durante quase 90 minutos.

As piadas infames, disparadas a esmo, tampouco funcionam. O timing cômico se perde desde as primeiras cenas e atravanca a narrativa.

E esses não são os únicos enroscos do filme. O roteiro é fraco e não demonstra nenhum esforço para fugir dos estereótip­os. A turma dos heróis traz a patricinha vaidosa, o esotérico esquisitão, a nerd inteligent­e e por aí vai.

Do ponto de vista visual, os personagen­s e os cenários também deixam a desejar. Os recursos técnicos são limitados e, em certos momentos, conferem um ar amador à animação. Isso sem falar de uma inserção publicitár­ia bizarra que flutua no espaço...

A não ser pelos Invas, os simpáticos ETs verdinhos e cabeçudos, quase nada se salva em “BugiGangue”. Desta vez, a missão não foi concluída. DIREÇÃO Alê McHaddo PRODUÇÃO Brasil, 2016, livre QUANDO em cartaz AVALIAÇÃO ruim

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Divulgação Cena da animação brasileira ‘BugiGangue no Espaço’

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