‹ Acusação de delator é absolutamente falsa, afirma tucano
OUTRO LADO
Para senador, relato não aponta nenhum ato ilícito que teria cometido como governador de Minas
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse em nota enviada à Folha que “é absolutamente falsa a pretensa acusação” de acerto com as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.
Na nota, o tucano afirma que “não é apontado nenhum ato ilícito que teria sido cometido pelo então governador”.
Prossegue a nota: “A licitação da obra da usina de Santo Antônio foi realizada pelo governo federal, sem qualquer influência do governo de Minas”.
O senador afirma também que “dentre tantas mentiras que têm sido ditas talvez essa seja a mais fácil de comprovar”.
O tucano diz que, se a suposta influência sobre Furnas seria consequência da presença do ex-diretor Dimas Toledo nos quadros da empresa, há um problema de lógica temporal: o diretor mineiro deixou a empresa em 2005, e o leilão de usina Santo Antônio ocorreu em dezembro de 2007.
“Não é possível que acusações irresponsáveis como essa sejam feitas, aceitas e divulgadas sem um mínimo de comprovação. São vazamentos criminosos que precisam ser esclarecidos”, afirma o senador tucano.
Os advogados Marco Moura e Rogério Marcolini, que defendem Dimas Toledo, dizem que ele jamais manteve contatos com o consórcio que fez a usina Santo Antônio. Eles afirmam que o leilão para construir a hidrelétrica ocorreu em 2007, quando ele já tinha deixado a diretoria de Furnas.
Os advogados de Dimas negam que ele tenha sido indicado para o cargo na empresa por Aécio.
“[O ex-diretor Dimas Toledo] esclarece que jamais manteve relação próxima com o senador Aécio Neves. Sua nomeação para a diretoria de Furnas, onde trabalhou por cerca de 37 anos, de 1968 a 2005, se deu por natural progressão na carreira, atendendo a critérios exclusivamente técnicos, e não por indicação política”. NOTAS A Odebrecht afirmou, também por meio de nota enviada à reportagem, que “não se manifesta sobre o teor de eventuais colaborações de pessoas físicas”.
A nota do conglomerado diz que “a empresa reafirma seu compromisso de colaborar com as autoridades.
A Odebrecht declara ainda que está implantando as melhores práticas de ‘compliance’, baseadas na ética, transparência e integridade”.
A Andrade Gutierrez não quis comentar os relatos dos delatores, “mas reitera seu compromisso de continuar colaborando com os órgãos competentes nas investigações para esclarecer assuntos do passado”.
Furnas afirma que “adota as melhores práticas de governança ética, profissional e transparente”.
Em nota, a estatal de energia elétrica diz: “A compa- nhia sempre esteve à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades e é a principal interessada na elucidação dos fatos relatados”.
Já a Cemig declarou em nota que “prefere aguardar a evolução das investigações no âmbito da Operação Lava Jato antes de emitir qualquer comentário a respeito” das delações de executivos da Odebrecht.