Homem é morto após tentar roubar fuzil de militar em Paris
Francês disse estar no aeroporto de Orly ‘para morrer por Deus’
Um homem foi morto após tentar roubar um fuzil de uma militar no aeroporto de ParisOrly na manhã deste sábado (18). Não houve feridos.
O incidente ocorreu por volta das 8h30 locais (4h30 em Brasília). O francês Ziyed Ben Belgacem, 39, tentou pegar a arma de uma soldado, ela se defendeu, os dois caíram e brigaram no chão. Em seguida, ele foi morto a tiros por outros soldados.
“Deponham as armas! Po- nham as mãos na cabeça! Estou aqui para morrer por Deus. De qualquer forma haverá mortos”, gritou Belgacem antes do ataque, segundo o procurador de Paris, François Molins.
Junto ao corpo dele, os policiaisencontraramumexemplar do Alcorão, livro sagrado do islã, e 750 euros. Após o incidente, o aeroporto foi fechado e mais de 3.000 pessoas foram retiradas do terminal sul às pressas.
Na casa de Belgacem, a polícia encontrou cocaína, um facão e dinheiro em moeda estrangeira. As autoridades disseram que ele tinha nove registros em sua ficha criminal, relacionados a roubos e drogas, mas que não estava na lista de suspeitos de terrorismo. O pai e o irmão de Belgacem foram detidos.
Equipes de segurança fizeram buscas por explosivos no aeroporto, mas nada foi encontrado. O local voltou a funcionar parcialmente por volta das 13h30 no horário local. Orly é o segundo maior aeroporto de Paris.
Mais cedo, por volta das 6h50, Belgacem esteve envolvido em outro confronto: ele atirou em um policial para escapar de uma blitz no norte de Paris e fugiu em um carro roubado, encontrado perto de Orly. A soldado que foi ví- tima do ataque era integrante da Força Aérea e fazia parte da Sentinela, operação militar responsável por patrulhar aeroportos e outros possíveis alvos de terrorismo.
O grupo de reforço à polícia foi criado como resposta à série de ataques que deixou 130 mortos em Paris em novembro de 2015.
O governo francês fará uma investigação para definir se o caso foi um ato terrorista. O presidente François Hollande elogiou “a valentia” dos policiais e militares diante de um “indivíduo particularmente perigoso”.
O incidente ocorre cinco semanas antes das eleições presidenciais, nas quais a segurança é um tema-chave.
“Nosso governo está ultrapassado, desconsertado, paralisado, como um coelho em frente ao farol de um carro”, afirmou neste sábado a candidata da extrema direita, Marine Le Pen, durante um comício no qual condenou “a covardia de toda a classe política diante do fundamentalismo islâmico”.
O primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, criticou as declarações e pediu à líder da Frente Nacional que se comporte com “dignidade”. “A senhora Le Pen opta pela ofensa” diante de um “acontecimento grave”, disse.