Folha de S.Paulo

Em cima da hora Lenda do rock, Chuck Berry morre aos 90 anos

Músico é autor de sucessos como ‘Johnny B. Goode’ e ‘Maybellene’

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Guitarrist­a americano transformo­u o rock ao fundir blues e swing e ajudou a consolidar o ritmo nos anos 1950

O guitarrist­a, cantor e compositor norte-americano Chuck Berry morreu aos 90 anos neste sábado (18), nos Estados Unidos.

A informação foi confirmada pela polícia do condado de Saint Charles, onde o roqueiro vivia, em um post do Facebook. Ele foi encontrado desacordad­o em casa e, segundo a polícia, os médicos ainda tentaram ressuscitá-lo —mas Berry não resistiu. Ele foi declarado morto às 14h26, no horário de Brasília.

Em comunicado, a polícia também afirmou que a família do artista “pede privacidad­e” nesse momento.

O músico havia anunciado, em 2016, que preparava um novo disco para lançar neste ano. Seria seu primeiro álbum em quase quatro décadas. O último havia sido “Rock It”, de 1979.

Berry foi quem ajudou a consolidar o rock’n’roll como uma linguagem musical.

Charles Edward Anderson Berry nasceu em Saint Louis (Missouri, nos EUA) e foi influencia­do por Nat King Cole, Louis Jordan e Muddy Waters. Este último acabaria levando o jovem músico para a Chess —icônica gravadora que lançou artistas como Willie Dixon, Howlin’ Wolf, Etta James e Bo Diddley.

Despojado e com talento, Berry misturou blues com swing e deu uma cara nova ao rock n’ roll. Seu primeiro sucesso foi “Maybellene”, gravada em 1955.

Depois de rodar os EUA em turnê, Berry começou a emplacar um sucesso atrás do outro. Suas mais conhecidas canções (tocadas em mais de 230 filmes, incluindo séries de TV) foram gravadas num espaço de três anos: “Roll Over Beethoven” (1956), “Rock and Roll Music” (1957), “Sweet Little Sixteen” (1958) e “Johnny B. Goode” (1958).

No primeiro ano do Hall da Fama do Rock, em 1986, foi incluído ao lado de nomes como Elvis Presley e Ray Charles. No mesmo ano, Keith Richards, fã confesso de Berry, organizou uma festa para seus 60 anos em Saint Louis, onde foi filmado o documentár­io “Hail! Hail! Rock n’ Roll”.

Berry esteve no Brasil algumas vezes. Em 1993, durante o Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro, realizou um show histórico ao lado de Little Richard.

Em maio de 2002 voltou ao Brasil para um show no rodeio de Jaguariúna (SP) e a crítica foi positiva ao músico. Já em 2008, nem tanto. Protagoniz­ou 55 minutos de show, e os comentário­s foram duros.

Chuck Berry deixa a mulher, Themetta “Toddy” Suggs, e os filhos Ingrid, Aloha, Charles Jr. e Melody. (COLABOROU EDGAR SILVA)

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Berry faz a ‘dança do pato’, passo que ele mesmo inventou, em apresentaç­ão de 1980

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