Folha de S.Paulo

Não há um economista, independen­temente da igreja a

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Folha - Como esta reforma se compara com as anteriores?

Fabio Giambiagi - É claramente mais abrangente.

As três reformas do passado, nos governos FHC e Lula, foram muito parciais. Esta é abrangente, porque aponta para um futuro, daqui a 20 anos, em que teremos conver- gência de regimes entre o geral e dos servidores, entre trabalhado­res urbanos e rurais, entre professore­s e não professore­s e entre gêneros.

O ponto de chegada simplesmen­te não pode ser negociado, não há espaço.

Se a idade de referência no final cair de 65 para 60, se pa- ra mulher for diferente, se para os rurais for diferente, a reforma é ferida de morte. Por que as condições políticas hoje seriam melhores para impor a idade mínima?

Um aspecto é o amadurecim­ento da discussão, que ocorre há mais de 20 anos. Pessoas visceralme­nte contra começam a perceber que “algo tem que ser feito”, a conta não fecha. Outro é o retrospect­o recente do governo Temer. A reforma de FHC foi uma viacrúcis. Na primeira comissão, demorou um tempo enorme. Agora foi um dia. Isso dá uma ideia simbólica das mudanças nas condições de operação desse processo. Mas a reforma é impopular.

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