Consumidores formam filas habituais em açougues um dia após ação da PF
Consumidores formaram as habituais filas nos açougues neste sábado (18), dia seguinte à deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
“Estou mais preocupado é com o preço do carvão, que encareceu meu churrasco de amanhã [domingo]”, disse o mecânico Adelson Oliveira, no balcão de carnes do Extra da Brigadeiro (SP), após pedir uma peça de carne.
Na fila de um açougue na zona sul, o funcionário público Nelson Lima explicou que tem seus métodos para evitar ser enganado.
“Só compro carne fresca. É muito difícil eu levar pacote fechado. Se a carne estiver sangrando, não é possível que esteja velha. Linguiça e carne processada eu não vou comprar mais”, diz.
Entre as irregularidades apontada pela investigação, estão a reembalagem de produtos vencidos e o uso de cabeça de porco (o que é proibido) na produção.
“Nem sabia o que tinha acontecido. Quem me contou foi outra cliente. Mas, se comi ontem e anteontem, não vai mudar nada se eu comer hoje também”, disse o autônomo Lázaro Pinheiro, que comprou várias caixas de hambúrguer em supermercado da região da avenida Paulista.
“Eu até pretendo comer menos carne a partir de agora, mas não dá para ficar sem. Sempre soubemos que no Brasil não há vigilância sanitária”, disse a funcionária pública Sheila Nunes, que comprou presunto em uma loja do Carrefour próxima ao metrô Jabaquara, na zona sul.
A procura pela carne congelada e embutidos se repetia no Sam’s Club da avenida Alcântara Machado, próximo ao metrô Belém.
Poucos consumidores demonstravam desconfiança em relação ao produto, como o analista de sistemas Marcos Santos, que comprava salsichas da Alemanha.
“Pretendo passar a comprar carne direto de produtores no interior ou de marcas menores que não estão na lista das investigadas.”