Se eu for candidato, é para ganhar, diz Lula no Nordeste
Petista se lança para 2018 em visita a trecho beneficiado por obra no São Francisco
Evento foi resposta à inauguração de parte da transposição na semana passada, pelo presidente Temer
da transposição.
Quando começaram a descer até a margem, uma multidão que esperava lá dentro os cercou.
Lula pisou na água de sapatos e molhou a barra da calça. Tirou o chapéu branco da cabeça, abaixou-se, encheu-o e jogou a água para o alto. Sorrindo, ele e Dilma se abraçaram. CAMPANHA Monteiro foi um dos primeiros pontos a receber as águas da transposição. Com o evento, hotéis e pousadas da região ficaram lotados.
Admiradores viajaram por horas até lá. “Não é que a gente endeuse Lula e Dilma, porque eles também erram, mas quem mais fez pelo povo foram eles”, disse a professora Vera Lúcia de Oliveira, 58, que viajou 240 quilômetros.
Às margens do canal, ambulantes vendiam bonés, camisetas e comemorativos. Boa parte dos itens tratava Lula como candidato à Presidência. Um copo à venda trazia o slogan “Ele vem aí, 2018” e uma camiseta tinha escrito “Viva Lula” com uma foto de Dilma e Lula.
O ex-presidente adotou um tom emotivo em seu discurso, como costumava fazer em campanha.
Disse que a elite se incomoda com programas de governos petistas, citou a infância pobre e tomou para si e para Dilma a autoria da obra de transposição do rio.
“Desde os sete anos eu carrego lata de água na cabeça. E tinha fezes de vaca, de cavalo e era essa a água que a gente bebia. E eu sabia que o povo do Nordeste tinha que ter direito a uma coisa elementar”, disse. CARA DE PAU