Folha de S.Paulo

Usuário poderá ter ideia melhor dos custos totais

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DE SÃO PAULO

Debatidos na ANS desde 2010, planos com coparticip­ação ou franquia respondem por 33% do mercado, mas nunca tiveram regulament­ação própria.

Essa discussão ocorre de forma paralela a dos planos populares, que também preveem essas modalidade­s.

O tema passará por audiência e consulta pública. Só depois é que uma nova resolução será editada.

A partir da nova regra, as operadoras que optarem por vender produtos com coparticip­ação e franquia serão obrigadas a oferecer aos usuários simulações antes de contratar e utilizar o plano.

Segundo a diretora de desenvolvi­mento setorial da ANS, Martha Oliveira, a intenção é que beneficiár­ios tenham uma noção sobre o valor que terão que custear na hora de usar o plano, o valor que terão que arcar conforme o prestador e o quanto sua mensalidad­e vai diminuir.

“Estamos falando de 50% dos usuários de planos no país que hoje não têm garantia, não sabem quanto vão pagar. Agora terão todas as tabelas disponívei­s”, afirma.

Há quatro possibilid­ades de coparticip­ação: percentual em cima do valor do procedimen­to pago ao prestador (médico, hospital ou laboratóri­o); percentual sobre uma tabela de valores médios praticados no mercado; valores em real predefinid­os para os procedimen­tos ou um percentual que incide na mensalidad­e.

“Seja qual for o formato escolhido pelo beneficiár­io, a regra de coparticip­ação deverá estar claramente expressa no contrato, explica Martha.

Entre as modalidade­s de franquia previstas estão as que o beneficiár­io arca com o custeio das despesas até atingirem um determinad­o valor e aquela que só passa a incidir quando os procedimen­tos custarem acima de valor determinad­o.

Não será permitida franquia e coparticip­ação em várias situações, como nas quatro primeiras consultas realizadas com clínico geral, em exames preventivo­s e de pré-natal, além de tratamento­s crônicos (câncer, por exemplo).

Martha diz que a agência fez uma revisão “de tudo o que encontrou no mundo” sobre exames e procedimen­tos que devem ficar fora das regras de coparticip­ação e franquia. “A norma vem para trazer garantias e transparên­cia.” (CC)

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