Folha de S.Paulo

Futebol prospera em meio a grave crise na Venezuela

Dólar paralelo impulsiona contrataçõ­es e investimen­to na base

- ALEX SABINO

DINHEIRO

que o retorno ao país de Juan Arango, 36. Com 127 jogos pela seleção e 23 gols, ele é o maior jogador da história do futebol local, e também foi seduzido pela possibilid­ade do lucro no câmbio. Desde 2015, é um dos acionistas do Zulia, ao lado do ex-técnico da Venezuela César Farías.

“Há um trabalho de base, não apenas a questão financeira. Nós queremos crescer e criar um vínculo com as pessoas”, disse Farías, hoje técnico do The Strongest (BOL).

Apesar do fluxo de capital privado, a participaç­ão do poder público está vivo na ligação com dirigentes. Adelis Chávez, presidente do Zamora, é irmão do presidente Hugo Chávez, morto em 2013.

Um benefício a longo prazo para o futebol local é o aumento no investimen­to nas categorias de base.

Em janeiro, o Atlético Venezuela vendeu o volante Yangel Herrera para o Manchester City (ING) por 2 milhões de euros. A negociação rendeu ao clube 8,9 bilhões de bolívares (no paralelo). A ajuda de custo média dos atletas da base no país é 63 mil bolívares por mês.

No futuro, o boom pode render —além de dinheiro para os empresário— uma evolução para a única seleção que disputa as eliminatór­ias da América do Sul a não ter conseguido se classifica­r para uma Copa do Mundo.

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