Folha de S.Paulo

DETALHES ESQUECIDOS

- RUBENS VALENTE

DE BRASÍLIA

Entre milhares de documentos produzidos pelas investigaç­ões nesses três anos de Operação Lava Jato, há histórias que acabaram esquecidas em meio a uma avalanche de revelações.

Uma delas é a coleção de 20 relógios de luxo das marcas Cartier, Rolex, Tissot e Bulgari do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS), preso em 25 de novembro de 2015 por ordem do então ministro do STF Teori Zavascki.

Na época, ninguém soube, com exceção dos investigad­ores e outras pessoas diretament­e envolvidas na investigaç­ão, que a Polícia Federal apreendeu o material na casa do então senador, no bairro Bela Vista, em Campo Grande (MS). O auto de apreensão com a descrição dos objetos só foi anexado ao inquérito após mais de um ano.

Um dos modelos apreendido­s, um Rolex Oyster Yacht Master, é vendido por mais de R$ 28 mil. Um Carrera Calibre 16 é encontrado por R$ 18 mil. Um terceiro, um Rolex Oyster Perpetual Datejust, oscila de R$ 7,4 mil a R$ 8,9 mil.

O advogado de Delcídio, Figueiredo Basto, afirmou que até a sexta-feira (24) os relógios continuava­m apreendido­s no STF. “Só tem aquisição lícita. Ele tem outras rendas”, afirmou. Indagado se o ex-senador tem como demonstrar a origem dos recursos, o advogado disse que o Ministério Público é que tem que apontar se houve algum crime.

“Ele não recebeu nenhuma depois à investigaç­ão.

Havia um arquivo de computador intitulado “cargos atendidos” com 74 nomes e funções em órgãos públicos distribuíd­os por 12 municípios do Estado. Ao lado do nome e do cargo, há informaçõe­s sobre quem pediu o cargo, como “indicação do prefeito”. O arquivo de computador foi produzido em 2012.

Em outro papel apreendido na empresa, em um e-mail enviado em 2006, quando Coelho era prefeito de Petrolina

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