Em meio às revelações da Lava Jato, algumas apurações foram deixadas de lado
(PE), um publicitário pediu R$ 30 mil para incluir o político como um dos agraciados do prêmio “Orgulho de Pernambuco” daquele ano, um evento então promovido pelo jornal “Diário de Pernambuco”. Naquela época, segundo a atual direção do jornal, o veículo era gerido por outros empresários. O publicitário autor do e-mail também não trabalha mais com o jornal.
No e-mail, ele apresentou a Coelho uma saída engenhosa para emitir a nota fiscal. “Na papelada de faturamento não falaremos em ‘prêmio ou troféu’ e sim que você ou a Prefeitura paga essa importância”, escreveu no e-mail. Pela proposta, em troca do pagamento o jornal iria publicar um “caderno especial” (“Essa página vai contar sua trajetória vitoriosa”, escreveu o publicitário), além de deixar para Coelho um espaço reservado “quando for de seu interesse, em cores e no dia que for determinado”.
A assessoria do senador disse que ele não pagou qualquer quantia relativa ao prêmio. “Tivemos inclusive o cuidado de pesquisar arquivos e confirmamos que Fernando Bezerra não foi homenageado naquele ano. Fernando Bezerra Coelho não se recorda de ter ido a algum evento (festa) relacionado ao referido encarte (de 2006)”, informou a assessoria. ‘COMPRA DE VOTOS’ Outra operação deflagrada com autorização do STF na Lava Jato, a Politeia, de julho de 2015, localizou uma série de anotações na casa de um ajudante parlamentar então lotado no gabinete do senador Fernando Collor (PTCAL). Segundo a PF, os papéis “indicam compra de votos”, com uma “relação de material de construção, quantidade de votos, nome, número de título eleitoral e seção”.
A PF concluiu que a movimentação de recursos do assessor estava muito acima de sua capacidade financeira. A assessoria de Collor afirmou que o homem “faleceu no ano passado de causas naturais”.
Disse ainda que o material apreendido na residência do assessor não tem qualquer relação com Collor e que, em 2016, o caso foi encaminhado pelo STF à Justiça Eleitoral.