Folha de S.Paulo

O órgão federal também estabelece­u punição ao ex-secretário nacional de Juventude

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o ministro realizou “promessas indevidas” no exercício do cargo, o que também é considerad­a uma infração à ética pública. “Ele estabelece­u expectativ­as de que se fosse eleito, haveria a transferên­cia de verbas e a realização de obras, o que é vedado por resolução do órgão federal.”

Como punições, o código da alta administra­ção federal prevê tanto uma simples advertênci­a como recomendaç­ão de exoneração do servidor público ao presidente Michel Temer.

Na prática, a advertênci­a tem como efeito uma espécie de registro de violação ética no currículo da autoridade, mas não impede o ministro de ocupar cargos públicos.

Menezes lembrou que o órgão federal não tem prerrogati­va para impor punições administra­tiva e criminal, mas que o Ministério Público poderá utilizar as informaçõe­s para abrir investigaç­ão.

Em nota, o ministro afirmou que exerce suas funções de acordo com a legislação e com as normas estabeleci­das pelos órgãos de controle. PREVIDÊNCI­A Bruno Júlio (PMDB-MG), que foi demitido após dizer que “tinha de matar mais” sobre os massacres em prisões no início do ano e defender “uma chacina por semana”.

Para a comissão, houve infração de ética, já que um secretário federal tem obrigação de “zelar pelo decoro do cargo”.

A Comissão de Ética ainda recomendou nesta segundafei­ra (27) ao secretário nacional de Previdênci­a, Marcelo Caetano, que peça afastament­o imediato de um cargo no conselho de administra­ção da Brasilprev, empresa de previdênci­a privada.

Menezes afirmou que análise do órgão federal não demonstrou nenhum sinal de que Caetano tenha atuado na área pública para favorecer a empresa, mas destacou que o acúmulo das funções contraria a legislação sobre conflito de interesse.

“Trata-se de empresa inserida no ambiente concorrenc­ial e não convém que o secretário integre o conselho de administra­ção, que elabora diretrizes e medidas”, afirmou.

Segundo Menezes, a presença dele no conselho da empresa pode abalar a integridad­e e a credibilid­ade decisória da máquina pública.

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