Folha de S.Paulo

Alta de imposto não vai incluir IOF sobre câmbio

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Eduardo Guardia, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, afastou nesta segunda-feira (27) a possibilid­ade de o governo aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeira­s) sobre o câmbio, como foi aventado recentemen­te pelo mercado.

“Nunca estudamos essa alternativ­a. Não vamos mexer no IOF sobre o câmbio”, frisou Guardia à coluna. O secretário não adiantou quais serão as escolhas do ministério para equilibrar as contas.

O governo deverá divulgar nesta terça (28) ou nos próximos dias o aumento de tributos para cobrir o rombo de R$ 58,2 bilhões e cumprir a meta fiscal deste ano.

O ministro Henrique Meirelles descreveu no início de março o leque de possibilid­ades que tem à mesa: isenções que foram concedidas a empresas, tributos existentes sobre diversas operações e IOF —menos sobre o câmbio, hoje com alíquota de 1,1%.

De lá para cá, porém, intensific­aram-se rumores de que este seria um dos eleitos.

No ministério, alega-se que o câmbio é flutuante no país e não faz sentido colocar mais cunha fiscal sobre ele, o que tornaria o sistema financeiro menos eficiente.

Além disso, o IOF é um imposto regulatóri­o, não de arrecadaçã­o, segundo afirmam defensores da não elevação desse tributo.

Alterar o IOF é mais simples do que elevar outros impostos: dá-se por decreto e não tem anteriorid­ade (princípio que permite a sua cobrança apenas no exercício seguinte e após 90 dias).

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