Guardas voltam a impedir atos da oposição
As forças de segurança da Venezuela voltaram a impedir nesta quinta (20) a passagem de manifestantes da oposição ao presidente Nicolás Maduro, que foram às ruas pela sétima vez em três semanas.
Os adversários do chavista se mobilizaram novamente um dia após reunirem centenas de milhares de pessoas e de confrontos levarem à morte de um guarda e dois civis, além de deixarem 200 feridos.
Embora os líderes tenham pedido a presença de mais gente, os atos foram menores que os de quarta. Por outro lado, desta vez não houve um contraprotesto governista.
Em Caracas, a Guarda Nacional usou gás lacrimogêneo, jatos d’água e balas de borracha para dispersar os manifestantes, que tentaram fechar uma autoestrada. Um grupo de encapuzados fez barricadas e respondeu com coquetéis molotov, fogos de artifício, paus e pedras.
Enquanto os atos aconteciam, o governo e a oposição ainda reagiam aos acontecimentos de quarta. Na madrugada, a polícia prendeu Iván Pernía, 32, suspeito de matar Paola Ramírez, 23, em protesto em San Cristóbal (oeste).
Segundo o ministro do Interior, Néstor Reverol, Pernía é filiado ao partido Vente Venezuela (extrema direita). Testemunhas haviam atribuído a morte aos coletivos chavistas.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro condenou a violência nos atos, que atribuiu ao governo. “A responsabilidade primária pela violência cabe ao governo venezuelano, por tratar a liberdade de expressão e de opinião como ameaça e incentivar a ação armada contra manifestações.”