Folha de S.Paulo

Pesadelos. Tenho. Tenho muito medo de incêndio. Passei por um no prédio na infância, foi traumático.

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Numa madrugada de quinta, às 2h30, a Folha conta 19 pessoas na biblioteca. Cinco delas são moradores de rua que dormem na sala adjacente àquela onde ficam os livros.

“É mais tranquilo e silencioso que a pensão onde eu moro”, diz João Gilberto Araújo, 27, que estuda para o vestibular de arquitetur­a e mora na Penha, zona leste de SP. O estudante Pedro Pinheiro, 19, conta que estudar ali todas noites fez melhorar “imensament­e” seu desempenho no cursinho para medicina.

Morador da Vila Carrão (zona sul), o auditor queniano Caleb Kamal, 27, frequenta a biblioteca de madrugada há cinco meses para ler e utilizar o wi-fi a fim de ligar para a sua família, no Quênia.

Jocinei, morador de rua que dorme no espaço, diz que aquele é um “lugar seguro” para ele, já que “a rua está muito perigosa”. E reclama da violência com que é expulso por seguranças. A Folha apurou que a presença de moradores de rua à noite incomodou a gestão Doria.

“Não estou fechando a biblioteca por causa deles. Tem gente dormindo aqui de dia também. É uma medida pelo melhor funcioname­nto da biblioteca”, diz Charles Cosac.

A única coisa [da gestão anterior] eliminada foi o samba, porque já há samba nos bares ao redor. É claro que tenho minhas preferênci­as musicais, mas elas não estão sendo impostas. Senão eu não botava chorinho, eu odeio chorinho. As festas também acabam? Qual sua relação com biblioteca­s?

Fiz coisas horríveis em biblioteca­s. No mestrado, em Essex [Reino Unido], descobri que mudando o livro de lugar poderia ter todos os livros que quisesse. Fiz minha biblioteca dentro da biblioteca, no departamen­to de química. Espero que ninguém faça o que fiz. Tem sonhos com a Mário? Veja vídeo da entrevista com Cosac folha.com/no1877169

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