Folha de S.Paulo

No Dia do Choro, gênero estampa polêmica em SP

- AMANDA NOGUEIRA

São Paulo, que por décadas manteve o algoz apelido de túmulo do samba, periga agora repetir o feito como o mausoléu do choro.

Padrinho de clubes de Brasília a Tóquio, o gênero perdeu neste mês a sua sede paulistana no Teatro Athur de Azevedo, na Mooca, como mais um resultado do congelamen­to de verbas do município.

“A cidade perde um ponto de referência, um centro de excelência, um patrimônio”, diz o representa­nte do clube, Yves Finzetto, que avalia “acionar o Ministério Público para se posicionar sobre o desmonte”.

A entidade conta com cerca de 300 membros efetivos, número que representa­ria, segundo levantamen­to do próprio clube, mais de 90% dos artistas ligados ao gênero na cidade.

Em um ano e meio de atividades desde que o teatro foi reaberto, em 2015, o grupo promoveu 37 shows com 156 músicos e 54 rodas com a participaç­ão de cerca de 600 músicos, além de 20 workshops gratuitos.

O secretário municipal da Cultura, André Sturm, afirma que a medida não foi discrimina­tória e que todas as atividades que conquistar­am suas verbas na Câmara, por meio de emendas, tiveram seus orçamentos congelados.

A prefeitura propôs a continuida­de com apresentaç­ões mensais, mas os músicos recusaram. “Não é o ideal, mas seria uma solução parcial para nao perder o esforço feito”, diz Sturm.

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