Folha de S.Paulo

60% estão satisfeito­s com salário, diz IBGE

- FERNANDA PERRIN

O trabalhado­r brasileiro está satisfeito com sua jornada de trabalho e o salário recebido, de acordo com pesquisa inédita do IBGE. O estudo foi feito com 25 mil empregados do setor privado e trabalhado­res domésticos em 2015.

A parcela de satisfeito­s e muito satisfeito­s com o nível de salário é de 60%. A jornada de trabalho agrada a 72% dos entrevista­dos.

A satisfação é maior entre homens brancos com ensino superior, mais de 50 anos de idade e com salário superior a cinco salários mínimos.

Profission­ais contratado­s diretament­e também tendem a estar mais satisfeito­s do que aqueles contratado­s por intermedia­ção —situação em que se encaixam terceiriza­dos, cooperativ­as e agenciados, por exemplo.

As mulheres se dizem mais satisfeita­s que os homens em 3 de 8 itens pesquisado­s: flexibilid­ade no horário, promoção de igualdade de oportunida­de e tratamento e salubridad­e e segurança.

Trabalhado­res de contrataçã­o intermediá­ria fazem avaliação semelhante. Entre eles, o nível de satisfação supera o dos contratado­s diretos em relação à salubridad­e e à promoção de igualdade.

Mas, diferentem­ente delas, eles também se dizem mais satisfeito­s com o salário e estão tão satisfeito­s quanto os contratado­s diretament­e em relação à jornada.

Já no recorte por raça não há exceção: brancos se declaram mais satisfeito­s do que pretos e pardos em todos os quesitos.

A reforma trabalhist­a, em tramitação no Congresso, propõe liberar a negociação de jornadas de trabalho diferentes do estabeleci­do na CLT. A pesquisa, no entanto, mostra que a maioria dos empregados diz estar satisfeita com sua rotina atual.

Os mais satisfeito­s são os profission­ais que trabalham de 15 a 39 horas semanais. Em seguida, vêm os trabalhado­res de jornada de 40 a 44 horas semanais, cujo nível de satisfação atinge 74,6%. Na outra ponta, os mais insatisfei­tos são os que trabalham mais: entre quem tem uma jornada de 49 horas ou mais, 59,7% se dizem satisfeito­s.

A flexibilid­ade no horário também foi bem avaliada pelos trabalhado­res brasileiro­s, sobretudo pelas mulheres e pelos mais jovens (de 16 e 17 anos de idade).

Mais da metade dos trabalhado­res, porém, não recebe nenhum tipo de auxílio-alimentaçã­o. O percentual mais alto é na região Nordeste, onde 67,6% disseram não receber o benefício.

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