Brasileiro desconhece função de sindicato
DE SÃO PAULO
Metade dos brasileiros que não são sindicalizados atribui essa opção ao fato de não saber qual entidade o representa ou de não ter interesse nos serviços oferecidos.
O desconhecimento e o desinteresse em relação a sindicatos são elevados mesmo entre quem é associado, uma minoria que, embora em crescimento desde 2015, representa 19,5% do total de trabalhadores ocupados.
Mais de um quarto dos filiados a alguma entidade o fizeram por achar que a associação era obrigatória, por exemplo. Na região Sudeste, esse percentual sobe para um terço dos sindicalizados.
Os resultados do levantamento são um alerta para sindicalistas, cujo papel e financiamento estão entre as principais mudanças da reforma trabalhista em votação na Câmara dos Deputados.
De acordo com a pesquisa, a maior parte dos filiados a uma organização acredita que os acordos feitos pelas entidades com as empresas tratam apenas de salário e benefício.
Já em relação a temas como jornada, saúde, segurança, treinamento e igualdade de oportunidade, a maioria dos sindicalizados negou ou afirmou não saber se eles são negociados pelas entidades às quais são filiados.
Esses pontos, contudo, são tratados pelos sindicatos e, caso a reforma seja aprovada, poderão divergir do que é estabelecido pela CLT. Jornadas de trabalho, por exemplo, poderão se estender por até 12 horas por dia.
A pesquisa também apontou que apenas 18% dos sindicalizados participam de atividades como assembleias e manifestações.
Apesar da participação baixa, metade dos sindicalizados respondeu que se associou por acreditar que a entidade defende os direitos do trabalhador.
A pesquisa foi realizada em 2015 com 25 mil pessoas com 16 anos ou mais de idade ocupadas na última semana de setembro daquele ano. De acordo com o IBGE, são 83,1 milhões os trabalhadores não sindicalizados no país. (FP)