Folha de S.Paulo

Debate sobre figurino de deputado atrasa votação

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DE BRASÍLIA

A votação da reforma trabalhist­a foi paralisada, por volta de 17h30, por uma acalorada discussão sobre o “dress code” dos deputados da Câmara dos Deputados.

Tudo foi motivado pelo protesto do deputado Assis Melo (PC do B-RS), que, vestido de operário, com um macacão branco cobrindo do pescoço ao tornozelo, máscara de soldador e luvas, entrou no plenário e paralisou as discussões na Câmara.

Contra a reforma trabalhist­a, o parlamenta­r pediu para discursar, mas a palavra foi negada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

“Só vai falar no plenário quem estiver vestido de acordo com os costumes da Casa”, afirmou Maia.

Diante de críticas de deputados da oposição, que a essa altura voltaram a segurar placas em que a carteira de trabalho aparecia rasgada, Maia recorreu às normas da Casa. Leu ao microfone uma resolução, dando ênfase especial às palavras “passeio completo”.

Cerca de 20 minutos depois, Melo, já de paletó, conseguiu discursar. Na tribuna, tentou tirar novamente o paletó, mas foi demovido por Maia.

“Vossa excelência pode falar à vontade, democratic­amente, mas de paletó.”

De paletó e macacão por baixo, Melo mandou seu recado. Colocou a máscara de soldador, mas a retirou vendo que afetava o discurso.

Ele disse que fazia um ato simbólico, para lembrar a jornada duras dos operários. (MARIANA CARNEIRO E RANIER BRAGON)

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Pedro Ladeira/Folhapress Vestido de operário, o deputado Assis Melo (PC do B-RS) tenta discursar na Câmara

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