Diretor Jonathan Demme morre aos 73
Vencedor do Oscar por ‘O Silêncio dos Inocentes’ tinha câncer no esôfago e complicações de doenças cardíacas
Carreira iniciou-se no cinema B e cobriu do documentário à comédia, além de produções para a TV
Diretor dos renomados filmes “O Silêncio dos Inocentes” e “Filadélfia”, Jonathan Demme morreu nesta quarta-feira (26), em Nova York, aos 73 anos.
Segundo seu assessor, a causa da morte foi um câncer no esôfago, associado a complicações de doenças cardíacas. Ele havia feito tratamento contra a doença em 2010, mas ela reapareceu em 2015, e seu estado se deteriorou nas últimas semanas.
Demme venceu o Oscar (1992) e o Festival de Berlim (1991) na categoria de melhor diretor com o longa “O Silêncio do Inocentes”.
Apesar do sucesso desses dois filmes, a carreira de Demme não se limitou a dramas, cobrindo uma gama variada de gêneros, da comédia ao documentário.
Sua trajetória no cinema não começou detrás das câmeras, mas bem detrás delas: ele foi relações públicas de filmes B, tendo trabalhado com o produtor Roger Corman nos anos 1970.
Ele participou, por exemplo, da produção de “Águias em Duelo” (1971), de Corman. Logo depois ele começou a fazer seus próprios filmes sob o selo do produtor.
Seu primeiro filme se enquadra nessa linhagem: “Celas em Chamas”, de 1974, con- tava a história, escrita por ele, de mulheres que tentam escapar de uma prisão controlada por uma diretora durona e um médico louco.
Seguiram-se sátiras, comédias como “Totalmente Selvagem” (1986) e “De Caso com a Máfia” (1988), e produções televisivas de recorte variado.
Depois da consagração com “O Silêncio dos Inocentes” e “Filadélfia”, Demme filmou “Bem-Amada” (1998), adaptação do romance “Beloved”, da escritora Toni Morrison (Nobel de Literatura em 1993), protagonizado por Oprah Winfrey.
Seu último longa foi “Ricki and the Flash: De Volta Para Casa” (2015) —que traz Meryl Streep no papel de uma estrela do rock que tenta se reconectar com a família após abandoná-la pela carreira.
Nos últimos dois anos, ele dirigiu alguns episódios de séries de TV, como um dos capítulos de “The New Yorker Presents”, sobre o famoso semanário norte-americano.
Jonathan Demme deixa a mulher, a artista Joanne Howard, e três filhos.