Folha de S.Paulo

Museu alemão conta a história do Fusca e da Kombi

Modelos raros do grupo VW estão expostos em espaço próximo à fábrica de Wolfsburg; há carros do Brasil

- EDUARDO SODRÉ

Mostra de veículos, que é aberta ao público de terça a domingo, tem entrada com preço equivalent­e a R$ 21

A paisagem de Wolfsburg é marcada pelo gigantismo da fábrica Volkswagen. É a montadora que domina o cenário e se espalha por 250 mil metros quadrados. Mas embora abrigue um museu sobre mobilidade, a história de seus carros é contada em um acervo fora dos muros.

O Stiftung AutoMuseum (Fundação Museu do Automóvel) fica a dois quilômetro­s da entrada principal da VW. Inaugurado em abril de 1985, ocupa o prédio que já foi de uma confecção de roupas, com pé direito baixo.

O espaço é bem menos visitado —e mais charmoso— que o complexo de lazer da Autostadt (“cidade do carro”, em alemão), como é conhecida a fábrica da Volks.

A história da montadora é contada por Fuscas e Kombis de diversas épocas, além de carros conceituai­s. Golf, Passat e Polo também têm seus lugares na mostra. O acervo completo tem 130 veículos, mas nem todos ficam expostos ao mesmo tempo.

Embora seja dedicado à VW, a organizaçã­o do espaço promove eventos multimarca­s. Modelos conversíve­is de outras empresas ocupam parte do salão principal até 17 de setembro, na mostra que celebra esse tipo de carroceria.

Se tiver sorte, o visitante será recebido pelo jornalista e escritor Eberhard Kittler, 62, diretor do museu desde 2014. Ele tem informaçõe­s detalhadas de todos os carros expostos e também da reserva técnica. Conhece bem até mesmo modelos que foram feitos no Brasil com mecânica VW, como o Puma cupê 1979.

Kittler permite que alguns carros sejam abertos, mas é ele próprio quem aciona a maçaneta do KdF Wagen Typ 60 modelo 1943 e explica o porquê de o carro surgir em primeiro plano: esse é um dos raros Fuscas fabricados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Estima-se que pouco mais de 600 “besouros” foram produzidos para o uso de oficiais alemães. Na época, a recém-inaugurada fábrica dedicava-se à produção de dois veículos para os campos de batalha, o utilitário Kübelwagen e o anfíbio Schwimmwag­en —que, grosso modo, eram fusquinhas com armadura e pneus todo-terreno. A PRIMEIRA KOMBI A ala das Kombis destaca o protótipo apresentad­o em novembro de 1949. As linhas básicas são as mesmas do modelo que foi produzido no Brasil até dezembro de 2013.

A seção de conceitos inclui a versão sedã do projeto EA 128, de 1963. A Volks pretendia lançar um carro grande com motor traseiro de origem Porsche (um 2.0 boxer, com seis cilindros) e vendê-lo nos Estados Unidos. Os planos foram abortados.

Visões datadas do futuro são expressas em carros como a minivan IRVW Futura, protótipo de 1989. É o mesmo carro que foi exibido no Salão Internacio­nal do Automóvel de São Paulo, em 1990.

O museu fica aberto para visitações de terça a domingo, entre as 10h e as 17h. O ingresso custa 6 euros (R$ 21), e há descontos para grupos.

O aeroporto mais próximo de Wolfsburg é o da cidade de Hannover, a cerca de 90 quilômetro­s. A distância da cidade-sede da Volks até Berlim é de 210 quilômetro­s, que podem ser percorrido­s de trem ou de carro, pelas autobahns (rodovias com trechos sem limite máximo de velocidade) que cortam a região.

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Eduardo Sodré/Folhapress Protótipo da Kombi T1, de 1949, em exibição no museu que conta a história dos carros VW

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