★JOESLEY BATISTA, SÓCIO DO GRUPO J&F, GRAVOU PRESIDENTE DANDO AVAL A MESADA PRESIDENTE CONFIRMA ENCONTRO, MAS REFUTA A ACUSAÇÃO
A divulgação de que o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, gravou conversa com o presidente Michel Temer (PMDB) lançou o governo em sua maior crise, paralisou a discussão sobre as reformas e gerou questionamentos sobre a capacidade de sobrevivência do Executivo. No Congresso e em manifestações de rua, houve pedidos de saída do peemedebista e realização de eleições diretas.
A informação consta da delação de Batista, publicada pelo jornal “O Globo” às 19h30 e confirmada depois pela
O empresário diz que gravou conversa com Temer em que o presidente avaliza operação para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com uma mesada. Além disso, um de seus assessores mais próximos, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), teria sido filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviado por Joesley.
Em nota, Temer admitiu um encon- tro com o empresário no início de março, mas negou que tenha participado de movimento para impedir a delação de Cunha. A interlocutores, no entanto, confirmou que Joesley mencionou na conversa ajuda financeira a Cunha e que não fez nada para evitá-la.
A delação de Joesley implica ainda o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que teria sido filmado solicitando R$ 2 milhões à empresa. Também o PT é atingido, com a acusação de que o ex-ministro Guido Mantega era o contato do conglomerado junto ao partido.
Mesmo entre aliados do presidente, avaliação é de que sua situação fica muito difícil. Em caso de sua renúncia ou cassação, há mais perguntas que respostas sobre o caminho a seguir. De concreto apenas, sabe-se que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), assumiria por 30 dias convocando eleição indireta pelo Congresso. Mas não se sabe como seria essa campanha.
Para que haja eleição direta, é preciso uma emenda constitucional. A oposição protocolou pedido de impeachment. Aécio pediu a Joesley Batista R$ 2 milhões para bancar sua defesa na Lava Jato. “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer a delação”, teria dito o senador na conversa gravada. Frederico Pacheco de Medeiros, primo e um dos coordenadores da campanha presidencial do tucano em 2014, teria recebido quatro entregas de R$ 500 mil pela JBS
Folha.
Segundo delação de Joesley, Mantega intermediava uma espécie de conta corrente na JBS para o PT. Era dela que sairiam propinas para parlamentares do partido. Segundo o jornal “O Globo”, Mantega é apontado como o operador dos interesses do grupo no BNDES (bando de fomento que é sócio de empresas do J&F)