Folha de S.Paulo

Vaivém do PSDB dá o tom da reação de aliados

Temer encerrou o dia com um ministro a menos depois que Roberto Freire, do PPS, deixou a pasta da Cultura

-

No início do dia, tucanos sinalizara­m disposição de sair, mas dúvida sobre áudio segurou ministros

A fritura com que o presidente Michel Temer (PMDB) teve que lidar ao longo desta quinta-feira (18) até a hora em que fez seu pronunciam­ento no fim da tarde foi reforçada por idas e vindas da base aliada, principalm­ente do PSDB, partido que tem quatro ministros no governo e é um dos principais pontos de apoio do executivo.

Temer encerrou o dia com um ministro a menos —Roberto Freire (Cultura), do PPS, entregou o cargo— e com a ameaça do PSDB de entregar as posições que tem na Esplanada em caso de comprovaçã­o das denúncias que pairam sobre o presidente.

O DEM foi um dos poucos partidos a se manter impassível diante do turbilhão, com exceção do seu líder no Senado, Ronaldo Caiado (GO), que defendeu o impeachmen­t logo após o pronunciam­ento em que o presidente afirmou que não iria renunciar.

“Ele optou muito mais pela imunidade institucio­nal do que pela realidade pela qual passa o país”, afirmou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), manteve-se como forte aliado do presidente, mesmo sendo o primeiro na linha de sucessão para assumir o país em caso de renúncia.

Maia passou o dia com o presidente numa espécie de bunker no Palácio do Planalto, enquanto parlamenta­res tucanos e do DEM utilizavam a residência oficial do presidente da Câmara como gabinete de gestão de crise.

A sensação de que Temer estaria a ponto de ver sua base se esvair baseou-se em sinalizaçõ­es do PSDB ao longo do dia. Até a conclusão desta edição, os tucanos continuava­m no governo.

No fim da manhã, o secretário geral do PSDB, deputado Silvio Torres, disse que o partido não desembarca­ria do governo.

Pouco depois, o líder na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), anunciou que os quatro ministros tucanos poderiam entregar seus cargos, informação desmentida horas mais tarde pelo líder no Senado, Paulo Bauer (SC).

O clima de confusão conti-

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil