Ceder às tentações e fazer isso por atalhos pode ser um erro.
Um dos argumentos contra a eleição indireta é que o parlamentares seriam corruptos.
O Congresso vive uma crise de legitimidade, piorada com a exposição dos escândalos da Lava Jato. É esse mesmo Congresso que tem votado propostas drásticas de emenda, como a do teto de gastos, a trabalhista e a Previdenciária, encaminhadas por um governo sem aprovação popular e sem legitimidade. O resultado tem sido péssimo e uma nova proposta de emenda constitucional para alterar as eleições será também votada por esse Congresso, erodindo a ideia de que a Constituição é capaz de indicar um caminho para a saída da crise. O Congresso padece de ilegitimidade, os partidos estão sendo questionados e conhecemos, com a Lava Jato, as entranhas mais sujas do sistema político. Nada indica que eleição direta teria a capacidade de superar esses elementos. Mas a preservação da Constituição pode ser um bom começo. Não há boa solução que não passe pela Constituição.