Folha de S.Paulo

ANÁLISE Melhor voz do grunge, músico ajudou a moldar cena que redefiniri­a o rock

- MARCO AURÉLIO CANÔNICO

Quando se pensa nas grandes vozes do grunge, um movimento que não ficou exatamente caracteriz­ado por cantores virtuosos, é difícil encontrar um nome à altura do de Chris Cornell.

Capitanean­do o Soundgarde­n, banda que criou nos anos 1980, ele ajudou a moldar a cena que sairia de Seattle (sua cidade natal, no noroeste dos EUA) e redefiniri­a o rock na primeira metade dos anos 1990, misturando heavy metal com punk.

Seu visual cabeludo e desleixado, seu semblante fechado e seu jeito angustiado de cantar virariam o padrão. Boa pinta e com físico sarado, não raro sem camisa, tornou-se também um dos rostos mais vendáveis daquela época.

Kurt Cobain, ídolo máximo do grunge, não tinha sua afinação, muito menos seu alcance vocal (até porque não ligava para isso).

Eddie Vedder seria o concorrent­e mais qualificad­o. Isso ficou claro no sucesso que ajudou a catapultar a carreira de ambos, “Hunger Strike”, música composta por Cornell e gravada pelos dois na banda-projeto Temple of the Dog, em 1991.

Mas a extensão vocal de Cornell era mais ampla do que a do líder do Pearl Jam, assim como seus interesses musicais, que o levariam inclusive a lançar um disco de pegada pop/dance em 2009, o malfadado “Scream”.

Fã de Beatles, Bob Dylan, Led Zeppelin e Black Sabbath, Cornell envolveu-se com música desde a infância, primeiro ao piano, depois no violão/guitarra e na bateria.

À frente do Soundgarde­n, destacou-se a partir do disco

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