Construção tem alta em vendas e em desemprego
A construção civil apresenta dados de desempenho conflitantes: a venda de materiais cresceu 4,2% no primeiro trimestre em relação ao ano passado, mas o emprego formal no setor caiu 14% entre janeiro e abril.
As informações são do IBGE e do Ministério do Trabalho, compiladas pela Fiesp.
O emprego será o último indicador a melhorar, segundo Andrea Bandeira, consultora do setor da entidade.
“Os encargos trabalhistas são pesados, e o empresário precisa ter segurança para voltar a contratar. Só haverá redução da taxa de desemprego mais para frente.”
Já a alta do material de construção se explica por três fatores: o começo do ano passado foi excepcionalmente baixo, teve menos dias úteis e, em março deste ano, começaram os primeiros saques das contas inativas do FGTS.
Há também uma volatilidade ligada aos estoques, diz José Carlos Martins, presidente da Cbic (câmara que reúne associações do setor).
“O desempenho de materiais de construção varia de acordo com o caixa das empresas, com os preços e outros movimentos que interferem no indicador”, afirma.
A previsão da Abramat (que representa os fabricantes) é que, com a crise no governo Temer, a recuperação do segmento será ainda mais lenta.
“Projetamos queda de 4,5% no primeiro semestre e retomada no segundo, com o resultado igual ao de 2017. Não revisamos ainda, mas poderemos fazê-lo”, diz Walter Cover, presidente da entidade.