Folha de S.Paulo

Alckmin relativiza ‘novo’ e afirma que experiênci­a importa

Fala de governador é recado a Doria, principal rosto da nova safra política que sinaliza intenção de concorrer

- FERNANDA WENZEL

Prefeito tucano admitiu ter recebido sondagens de outros partidos para 2018, mas nega intenção de abandonar o PSDB FOLHA,

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), questionou nesta sexta-feira (11), em Porto Alegre, o que seria o “novo” na eleição, em referência a candidatos que se dizem descolados da política tradiciona­l, e defendeu a importânci­a da experiênci­a para a disputa de 2018.

“O que é o novo? O novo é em relação à idade? Ter 30, 50, 70 [anos]? É não ter sido candidato, já ter sido candidato? Eu acho que o novo é defender o interesse coletivo. O Brasil foi dominado pelas corporaçõe­s, no setor público e no privado também”, disse o governador paulista, de 64 anos, durante palestra na capital gaúcha, para políticos e empresário­s locais.

“Eu avalio que a eleição de 2018 vai ser a eleição da experiênci­a. Experiênci­a inclusive do povo brasileiro, com o sofrimento ocasionado pelos 13 milhões de desemprega­dos, fruto de um populismo destrutivo e de inexperiên­cia arrogante”, afirmou o tucano na saída do evento, em entrevista a jornalista­s.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), é um dos principais representa­ntes do “novo” na política. Doria, eleito com apoio de Alckmin em 2016, disse durante a campanha municipal que era um “gestor”, não um político.

Os dois despontam hoje como os principais nomes do PSDB na disputa pela candidatur­a à Presidênci­a.

Apesar de dizer diversas vezes que não trairia o padrinho político, Doria se movimenta com vistas a uma candidatur­a nacional, além de se deixar ser cortejado por outros partidos, como o PDMB e o DEM.

Na quinta (10) à noite em São Paulo, o prefeito afirmou que vem sendo sondado para a eleição de 2018 e se disse “muito feliz” por ver que “as portas foram abertas” pelos partidos aliados.

Negou, contudo, que pense em deixar o PSDB, ao qual se filiou em 2001, e voltou a falar numa “amizade indivisíve­l” com Alckmin.

A última pesquisa da Datafolha, divulgada no dia 26 de junho, mostra o governador paulista com 8% das intenções de voto, em um cenário que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT).

Em outra simulação, Doria aparece com 10%.

Perguntado sobre a importânci­a desses números na escolha do candidato de seu partido, Alckmin afirmou que a pesquisa retrata o que ocorreu na última eleição, e que a campanha de 2018 só começa “quando muda o horário da novela”, em uma referência ao início da propaganda eleitoral. REFORMAS O governador tucano reiterou ainda o apoio à reforma da Previdênci­a, mas defendeu um regime único para os trabalhado­res do setor público e da iniciativa privada: “Um regime só de Previdênci­a, onde o teto seja o teto do INSS, e acima disso seja previdênci­a complement­ar”.

Em relação à reforma política, Alckmin disse que é preciso reduzir os custos com os programas de televisão, que na sua opinião deveriam contar apenas com gravações em estúdio: “Cena de estúdio, menos ‘marquetage­m’, campanha mais verdadeira. Hoje você disputa com o marqueteir­o do adversário.”

O governador de São Paulo esteve em Porto Alegre a convite da revista “Voto” para participar do evento Brasil de Ideias. Ele falou para um público de 130 convidados.

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), durante palestra realizada em Porto Alegre, nesta sexta-feira (11)

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