Facínoras roubam verdade, diz Temer, alvo de novo inquérito
Presidente é acusado de beneficiar empresa que atua no porto de Santos
Peemedebista deve ser alvo de nova denúncia ainda nesta semana, que teria por base delação de corretor
edição de um decreto assinado em maio referente ao setor portuário. Para Barroso, há elementos mínimos que devem ser apurados.
“A instauração de inquérito aqui deferida não implica qualquer prejulgamento nem tampouco rompe com a presunção de inocência que a Constituição assegura a todos”, disse o ministro.
A investigação foi aberta porque as suspeitas tratam de crimes supostamente cometidos durante o mandato de Temer como presidente.
Agora, investigadores passam a coletar provas e ouvir testemunhas e investigados. A condução será da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que vai assumir o cargo no início da próxima semana.
Ao fim da investigação, a PGR vai decidir se oferece denúncia ou se pede o arquivamento. Se houver denúncia e Temer ainda for presidente, será necessário que a Câmara autorize a ação penal.
O pedido de investigação tem como base documentos apreendidos na Operação Patmos e interceptações telefônicas de Loures após a delação da JBS.
Em um dos telefonemas, Loures conversa com Gustavo do Vale Rocha, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, e pede para que seja acrescentada ao decreto uma norma para beneficiar empresas que obtiveram concessão para atuar em portos antes de 1993 —caso da Rodrimar em uma das áreas que explora em Santos.
O decreto foi assinado por Temer com a inclusão de várias reivindicações do setor portuário. O pleito em relação às concessões anteriores a 1993 não foi atendido.
Em outro grampo, Loures dá a um executivo da Rodrimar, Ricardo Mesquita, informações sobre as articulações para a edição do decreto.
Em discurso no Planalto, pouco antes da notícia da decisão do ministro, Temer voltou de maneira indireta a criticar as acusações contra ele.
“Cada um quer derrubar o outro, cada um quer derrotar o outro, cada um quer verificar como atrapalhar o outro. Não conseguem porque o Brasil não para”, disse.
O presidente adotará como estratégia de defesa comparar Funaro ao executivo Joesley Batista, preso no domingo (10). O discurso é de que o corretor de valores apresenta acusações mentirosas para obter benefícios. As acusações feitas pelo corretor têm causado preocupação ao Planalto, que receia a deflagração de uma nova crise política que inviabilize a pauta econômica, como a votação da reforma previdenciária.