Folha de S.Paulo

O relatório votado na co-

-

missão nesta quarta amplia considerav­elmente o limite para doações de pessoas físicas. Hoje elas só podem direcionar a candidatos até 10% do seu rendimento do ano anterior.

Pelo texto do petista, o teto vai para 10% do rendimento ou 10 salários mínimos, o que for menor.

Proposta que elevava o limite para 32 salários mínimos foi rejeitada. Como em 2018 haverá cinco cargos em disputa (presidente, governador, duas vagas para o Sena- do —mas um só eleito—, deputado federal e deputado estadual), o limite ficará em 50 salários mínimos.

Foco de políticos, as pesquisas eleitorais serão limitadas, caso o projeto seja aprovado e sancionado.

Hoje as pesquisas podem ser divulgadas até no dia da eleição. Cândido estabelece­u que elas só poderão ser publicadas até o sábado da semana anterior à disputa.

Além disso, o relator da reforma ampliou de cinco para dez dias de antecedênc­ia o prazo de divulgação dos dados metodológi­cos e do contratant­e e incluiu trecho dizendo que partidos e o Ministério Público são figuras legítimas para questionar na Justiça pesquisas que não atendam aos requisitos legais.

O argumento em defesa dessas medidas é o de que é preciso coibir levantamen­tos fraudulent­os.

Representa­ntes de institutos de pesquisas afirmam que a restrição de uma semana é nociva ao eleitor, que ficará privado de informação essen- cial para sua escolha, diferentem­ente de políticos, que continuarã­o a ter acesso a pesquisas internas.

“Isso tudo dá para resumir em uma palavra, censura”, classifico­u o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.

“Retirar o direito à informação do eleitor justamente na última semana, quando costumam ocorrer mudanças no cenário, é retirar uma informação fundamenta­l no processo eleitoral”, concluiu. (RANIER BRAGON, ANGELA BOLDRINI E DANIEL CARVALHO)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil